Assistência espiritual e religiosa em debate na semana social
Isabel Galriça Neto, médica e presidente da associação portuguesa de cuidados paliativos, defende que a experiência de doença tem indissociável a realidade do sofrimento. “O mandato dos profissionais de saúde é acompanhar as pessoas em sofrimento e ajudá-las. Para isso há que perceber inicialmente o que é o sofrimento,” afirma.
Poderá ser encarado como um conjunto de perdas que todo o ser humano passa. Mas a humanização dos cuidados de saúde está directamente relacionada com o direito de resposta ao sofrimento. “Se a medicina quer responder de forma cabal e humanizada tem que atender a todas as necessidades do ser humano. É preciso entender q a assistência religiosa faz parte das respostas e é um direito de das pessoas,” declara a profissional de saúde.
Isabel Galriça Neto defende que a religiosidade é o cume da pirâmide das necessidades do ser humano. Afirma ainda que “a assistência espiritual e religiosa têm aspectos comuns mas não são a mesma coisa. Mas esta assistência exige formação, preparação e o novo decreto pode ser a oportunidade para melhorar a formação dos agentes espirituais e religiosos.”
D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, afirmou “que o decreto de lei é um passo para a liberdade religiosa e que as pessoas têm de ter consciência que ao entrarem num hospital é necessário manifestar interesse em ter assistência religiosa/espiritual. Além de religiosas as pessoas precisam de ser mais cristãs.
Em jeito de desafio, a médica dos cuidados paliativos, Isabel Galriça Neto, afirma que é necessário a preparação e formação dos profissionais de saúde. “Melhorar é sempre a palavra de ordem e oxalá que haja a possibilidade de cada pessoa melhorar um bocadinho de si, porque assim temos a certeza que melhoramos o Mundo à nossa volta.”