Encontro em Lisboa no âmbito da iniciativa internacional «Charter for Compassion»
Representantes de várias confissões religiosas e não-crentes reuniram-se este Domingo em Lisboa para um encontro sobre a temática da Compaixão, no âmbito da iniciativa internacional Charter for Compassion.
Na Mesquita Central de Lisboa estiveram presentes representantes da Comunidade Judaica, Igreja Católica e da Comunidade Islâmica em Portugal, bem como Mário Soares, Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa.
O representante católico foi o Pe. Peter Stilwell, director da da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Poruguesa e e do Departamento das relações ecuménicas e do diálogo inter-religioso no Patriarcado de Lisboa.
Na sua intervenção, este responsável apresentou uma reflexão sobre o conceito da “compaixão”, recordando a palavra hesed da tradição bíblica, o “amor das entranhas”, um amor “marcado pela gratuidade, que encontra paralelos e convergências noutras tradições antigas”.
Para o Pe. Stilwell, a compaixão manifesta-se como “resposta espontânea à grandeza ou miséria do outro”, um “excesso” que “transborda do coração de qualquer homem ou mulher, independentemente da sua filiação ideológica e religiosa, ou ausência dela, porque a todas antecede”.
Hoje, alertou, “a compaixão arrisca-se a ser perdida de vista por entre a multiplicidade de sentimentos e emoções que parecem mais relevantes para a vida quotidiana”.
“Identificá-la e sublinhar a sua grandeza aos olhos do mundo, como o pretende fazer a rede que se tece em torno da Carta pela Compaixão é, por isso, da maior importância”, precisou.
Carta pela Compaixão
O conceito Charter for Compassion foi lançado, a 27 de Setembro, no Centro Dalai Lama em Vancouver (Canadá), com a presença de Karen Amstrong e do Dalai Lama e ainda de outros sete Prémios Nobel. A 12 de Novembro, realizou-se a primeira leitura do Charter for Compassion em Conferências de Imprensa, simultâneas em sete cidades do Mundo.
Esta iniciativa já realizada em vários países tem como objectivo encorajar cidadãos de todos os países a contribuir objectiva e efectivamente na sensibilização das sociedades para a compaixão, um sentimento que pouco a pouco tem vindo a ser desvirtuado e até mesmo corrompido.
São bem-vindos a esta iniciativa, todos os grupos e indivíduos que, independentemente da sua etnia, cultura e crença, ou não crença, estejam disponíveis para reabilitar os valores da compaixão, levando-a a todos aqueles que estão necessitados de uma mão amiga.
O objectivo desta iniciativa é expandir as mentes e reflectir sobre a situação global, que tende a deteriora-se, com o aumento da violência no mundo.