Matteo Ricci: De Roma à China, passando por Lisboa e Coimbra

A exposição “Nos Cumes da História. Matteo Ricci: Entre Roma e Beijing” foi apresentada esta manhã no Vaticano.

A mostra, que decorrerá entre 30 de Outubro e Janeiro de 2010 na colunata da Praça de S. Pedro, em Roma, é organizada pela comissão para as celebrações do quarto centenário da morte do Pe. Ricci, em colaboração com os Museus do Vaticano, a Cúria Geral da Companhia de Jesus e a Pontifícia Universidade Gregoriana.

A “extraordinária aventura missionária” de Matteo Ricci levou-o a construir pela primeira vez na história uma verdadeira ponte de diálogo e de intercâmbio entre a Europa e a China”, afirmou o bispo de Macerata, D. Claudio Giuliodori.

Além de homenagear “este gigante da fé e da amizade entre os povos”, a exposição permite aos visitantes aprofundar os seus conhecimentos sobre o missionário jesuíta e sobre um “modelo de evangelização da cultura e de inculturação do Evangelho que, em muitos aspectos, não tem paralelo na história da humanidade”, referiu o prelado.

Biografia essencial 

1552
Nasce a 6 de Outubro, em Macerata, Itália. 

1561-68
Estuda no colégio da Companhia de Jesus (Jesuítas), em Macerata.

1568
O pai envia-o para Roma, para estudar Direito. 

1571
Interrompe os estudos e entra no noviciado da Companhia de Jesus.

1572-77
Primeiros votos. Estuda num colégio da região da Toscânia (provavelmente Florença), onde adquire formação humanística e científica.

1577
Destinado às Missões do Oriente, chega a Lisboa, de cujo porto parte um navio para a Índia todas as Primaveras. Estadia em Coimbra, onde estuda Teologia. 

1578
Sai de Lisboa a 24 de Março. Chega a Goa no dia 13 de Setembro.

1579-82
Completa os estudos teológicos. Ensina Letras Clássicas nos colégios de Goa e Cochim. Ordenado padre em 1580. Recebe ordem para se dirigir a Macau, juntando-se ao Pe. Ruggeri na tentativa de entrar na China. Chega a Macau no dia 7 de Agosto de 1582.

1583
Entra na China com o Pe. Ruggeri. Funda a primeira residência, em Zhaoqing. 

1584
Publica o primeiro mapa-mundo chinês. Colabora com o P. Ruggeri no primeiro esboço do Catecismo em chinês. 

1585
Depois de algumas tentativas falhadas de abrir uma nova residência, o P. Ruggeri é enviado a Roma para solicitar uma embaixada papal ao imperador. Ricci permanece em Zhaoqing com o Pe. Almeida. 

1589
O novo vice-governador de Guangdong expulsa os missionários de Zhaoqing. Depois de muitas negociações, transferem-se para Shaozhou, onde Ricci fundou a segunda residência.

1592
A residência de Shaozhou é assaltada. Ricci desloca um pé, permanentemente.

1593
Começa a escrever o Catecismo em chinês. 

1594
Primeira tentativa de chegar a Beijing, no séquito de um general chinês destinado à frente coreana. É obrigado a regressar em Nanjing.

1595
Estadia em Nanchang, onde funda a terceira residência e publica a primeira obra em chinês: “Tratado da Amizade”. 

1597
Nomeado superior da Missão Chinesa dos Jesuítas.

1598
Chega a Beijing mas decide deixar a cidade por causa da guerra na Coreia. 

1599
Estabelece-se em Nanquim, onde funda a quarta residência missionária. 

1600
Em Maio parte novamente para Beijing (Pequim). É preso durante o percurso pelo eunuco Ma Tang, que o prende na fortaleza de Tientsin até Janeiro de 1601. 

1601
24 de Janeiro: um decreto do imperador permite a Matteo Ricci entrar na Cidade Proibida. A permanência em Beijing, de onde não voltará a sair, é financiada pelo imperador. 

1602
Impressão da terceira edição do mapa-mundo chinês. 

1603
Publica o Catecismo ou “Verdadeira Explicação do Senhor do Céu”. 

1605
Publica o “Sumário da Doutrina Cristã” e “Vinte e Cinco Sentenças Morais”. 

1607
Publica a tradução dos primeiros seis livros da “Geometria de Euclides”, em colaboração com o amigo Xu Guangqi. 

1608
Impressão de “Dez Paradoxos” ou “Dez Capítulos de um Homem Estranho”. Inicia a redacção da obra histórica “Sobre a Entrada da Companhia de Jesus e do Cristianismo na China”. 

1610
11 de Maio: Morre em Beijing, depois de uma breve doença. Pela primeira vez na história da China, o imperador concede um terreno para a sepultura de um estrangeiro.

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