Diocese de Beja reforça aposta em escola de ministérios

Extensão da diocese, com muitas paróquias, e falta de clero preocuam Bispo local

A extensão da diocese, o elevado número de paróquias e a falta de sacerdotes levam Beja a propor aos seus diocesanos a participação na escola de ministérios. D. António Vitalino, bispo local, quer “cristãos presentes na diocese”, mas reconhece que para isso, é necessário investir na formação e contrariar “rotinas instaladas”.

A escola de ministérios foi criada em 16 de Julho de 2003, com o objectivo de instituir ministérios mas também tornar a realidade eclesial mais apostólica, participativa e dinâmica. Seis anos depois da criação da escola, as necessidades continuam actuais tendo em conta que “a participação activa e dinâmica dos leigos na vida diocesana está muito aquém das necessidades”, indicou o bispo numa mensagem dirigida a todos os diocesanos.

A formação é dirigida a cinco sectores: leitores, catequistas, ministros extraordinários da comunhão, leigos que orientam a celebração da palavra na ausência se presbíteros, visitadores de doentes e leigos que se disponibilizam para visitar famílias enlutadas.

A proposta formativa compreende dois anos e cada ministério – Palavra, Litúrgico e da Caridade – será explicado ao longo de cinco encontros.

O anúncio da fé, explica D. António Vitalino em declarações ao programa ECCLESIA, “envolve não apenas os sacerdotes mas toda a comunidade”, sendo para isso necessário “formar catequistas e famílias para que dêem testemunho”.

Cada vez mais a celebração da Palavra é assumida por leigos. “Mesmo sem eucaristia, a comunidade deve entender que é importante celebrar a sua fé”, seja em momentos de comunidade ou individuais mas sempre “alicerçada na Palavra de Deus”.

O serviço da caridade é também destacado pelo bispo diocesano. Os idosos, os doentes e os viúvos são franjas populacionais que se perdem na dispersão da planície alentejana mas, afirma o bispo, “não se devem sentir sós, mesmos nos momentos mais difíceis”.

D. António Vitalino reconhece a falta de prática cristã e a escassez de católicos empenhados. Mas defende a “resolução dos problemas com a prata da casa”.

Ir ao encontro das pessoas pede “linguagens simples que todos entendem” e testemunhos pessoais. “Há pessoas na diocese com experiência que se podem preparar melhor. Quando nos preparamos para dar mais, enriquecemos a Igreja de Beja”.

A escola de ministérios abriu um pólo em Beja, direccionado para o interior da diocese, e outro pólo em Vila Nova de Mil Fontes, para dar assistência ao litoral. O Pe. João Paulo Domingues, responsável pela escola de ministérios na diocese, indica que a repartição permite estar mais próximo das pessoas.

“A formação é a mesma, mas a redução dos quilómetros pode contribuir para que as pessoas se sintam mais acarinhadas na proposta que a diocese faz”.

O responsável pela escola destaca a boa adesão e abertura existente na diocese para serem os leigos a assumir algumas tarefas.

“As paróquias já perceberam que precisamos de arranjar outras formas de solenizar o Domingo”, refere o Pe. João Paulo Domingues, acrescentando que as propostas formuladas na área litúrgica “não substituem a missa dominical e o trabalho do sacerdote. Trata-se de uma corresponsabilidade que hoje é necessário para chegar às pessoa, tendo em conta que os serviços são muitos”. 

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Agência ECCLESIA

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