Bento XVI encontrou-se com o mundo académico da República Checa

Papa retoma temas da verdade e da liberdade, deixando alertas sobre ameaças à vida intelectual nos nosso dias

Bento XVI encontrou-se este Domingo com representantes do mundo académico da República Checa, retomando as reflexões sobre a verdade e a liberdade que têm pautado a sua passagem por este país, ao longo do fim-de-semana, e deixando alertas sobre o que considera ser ameaças à vida intelectual nos nosso dias.

Começando por agradecer a “óptima interpretação” do coro universitário e a saudação do Reitor da Universidade, Bento XVI congratulou-se com esta oportunidade de manifestar a sua “estima pelo indispensável papel que as Universidades e os Institutos Superiores desempenham na sociedade”.

“Mantendo os valores culturais e espirituais da sociedade e oferecendo-lhes ao mesmo tempo o seu próprio contributo, o mundo académico desenvolve o precioso serviço de enriquecer o património intelectual da nação e de consolidar os fundamentos do seu desenvolvimento futuro”, assegurou.

O Papa falou das grandes mudanças que há vinte anos transformaram a sociedade checa, com o fim do regime comunista, assinalando que as mesmas foram causadas, em boa parte, “pelos movimentos reformadores surgidos na universidades e nos círculos estudantis”.

Bento XVI disse ainda que essa busca da liberdade “continuou a guiar o trabalho dos estudiosos” e que este serviço “à verdade é indispensável ao bem-estar de qualquer nação”.

“A liberdade que está na base do exercício da razão – tanto numa Universidade como também na Igreja  – observou o Papa – tem um fim preciso: visa a busca da verdade e como tal exprime uma dimensão própria do cristianismo”.

Esta convicção que levou o Papa Clemente VI a instituir em 1347 a famosa Universidade de Praga. “Quando se desperta nos jovens a compreensão da plenitude e a unidade da verdade, estes sentem prazer em descobrir que a demanda do que podem conhecer lhes abre o horizonte da grande aventura daquilo que devem ser e do que devem fazer”, observou Bento XVI.

Para o Papa, “há que reencontrar a ideia de uma formação integral, baseada na unidade do conhecimento radicado na verdade”.

Bento XVI manifestou uma preocupação particular, frisando que “com o crescimento massivo da informação e da tecnologia nasce a tentação de separar a razão da busca da verdade”, o que leva a “um relativismo sob o qual se podem camuflar novas ameaças à autonomia das instituições académicas”.

“Que sucederia se a nossa cultura tivesse de construir-se unicamente sobre temas em voga, sem grande referência a uma genuína histórica tradição intelectual, ou então sobre convicções promovidas com grande clamor e largamente financiadas?”, perguntou.

(Com Rádio Vaticano)

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