Chama simbólica une Braga a Viseu, rumo à Festa da Solidariedade 2009
A terceira edição da Festa da Solidariedade, que a cidade de Viseu acolhe no próximo Sábado, corresponde à afirmação de uma iniciativa que pretende dar visibilidade a um valor e ao mundo da solidariedade.
O coordenador da Festa este ano, Eleutério Alves, admite mesmo que este ano “haverá uma consolidação a nível nacional”. Avivar o valor social mas dar também visibilidade ao trabalho das IPSS são objectivos que a organização não esconde e tem encontrado resultados positivos.
“As IPSS têm actualmente uma visibilidade que não tinham há alguns anos atrás”, fruto de uma divulgação “positiva do trabalho que desenvolvemos e da qualificação que temos”, reconhecido “por entidades políticas e sociais”.
Também a Festa da Solidariedade tem contribuído para isso. “Temos chamado a atenção para a rede solidária, dado visibilidade às instituições, valorizado o trabalho dos milhares de agentes que compõem o mundo social, a sua maioria a título voluntário”, descreve Eleutério Alves.
O palco em Viseu, a decorrer na Feira de São Mateus, quer proporcionar a confraternização entre utentes, trabalhadores e, “obrigatoriamente, ter um dia para falar do papel das IPSS”.
A organização tem sido desenvolvida em colaboração com as uniões distritais da CNIS que dinamizam a participação na Festa. A união distrital promotora da Festa tem, ao longo de todo o ano, a responsabilidade de promover a iniciativa.
Até ao momento está prevista a participação de cerca três mil pessoas, “apenas da rede solidária”. O cruzamento com a Feira de São Mateus, actividade tradicional em Viseu que junta milhares, “foi desde o início equacionado. É uma montra que nos pode levar a mais pessoas”, esclarece Eleutério Alves.
A animação do dia é da responsabilidade da CNIS. Associações, grupos culturais e recreativos das instituições vão poder “mostrar o seu trabalho” e animar os participantes com momentos de dança, folclore tradicional e teatro.
Apesar de ser, por excelência alvo visitas de partidos políticos, e em plena campanha para as eleições legislativos, Eleutério Alves não acredita que na Feira de São Mateus haja “aproveitamento político”.
“O dia da solidariedade está bem estruturado e é exclusivamente da nossa responsabilidade”, esclarece o coordenador.
Estará presente o Ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, que deste o primeiro ano tem marcado presença na Festa da Solidariedade.
Solidariedade une as cidades
Depois de Lisboa e Barcelos, Viseu vai receber esta Sexta-feira a Chama da Solidariedade, um dos passos que leva à concretização da Festa da Solidariedade. No final da edição de 2009 será dada a conhecer a localidade que vai receber a 4ª edição, em 2010. O coordenador das actividades em torno do percurso lamenta que a comunicação social nacional não “faça eco da iniciativa”.
“Ao contrário da comunicação social regional que tem acompanhado e dado grande destaque às nossa acções, dificilmente os media nacional se debruçam sobre estas temáticas”, lamenta João Carlos Dias à Agência ECCLESIA.
O percurso que tem feito, os locais por onde passa, privilegiando o contacto com instituições de solidariedade social “permite perceber que a Chama da Solidariedade tem conseguido chegar às pessoas”.
João Carlos Dias afirma que a comunicação social regional está atenta ao que “mexe com as localidades, ao grupo de instituições, às escolas e às empresas que se associam”. Também as localidades a Norte têm “maior densidade populacional, maior concentração de instituições e uma maior relação com o poder local e com a população”, razões avançadas para justificar uma maior mobilização.
A participação, explica o coordenador da Chama, varia de local para local, “muitas vezes depende da forma como as instituições se organizam”.
Este ano, entre Barcelos e Viseu, a organização tem apostado em grandes concentrações ao invés de “passar de instituição para instituição”.
Nas edições anteriores as escolas, associações culturais e recreativas diversas mobilizaram-se para acolher e assistir à passagem da Chama. João Carlos Dias afirma que o projecto apenas faz sentido se o símbolo da solidariedade “conseguir de facto tocar diversos agentes da sociedade. Se ficar apenas pelas instituições é pouco”, reconhece.
Este ano, em início de ano escolar, as estruturas educativas não se conseguiram mobilizar”. João Carlos Dias chama a atenção para a necessidade de se rever a data da realização da Festa da Solidariedade, precisamente para “desenvolver, junto das escolas um trabalho prévio, de preparação, a participação e trabalhar o valor da solidariedade com os alunos”.
A simbologia de unir as cidades anfitriãs “não chega, tem de envolver as pessoas”. Depois de um trajecto iniciado em Barcelos, passando por Chaves, Vila Real e Lamego, a Chama da Solidariedade chega a Viseu no final desta tarde de Sexta-feira. A recepção vai ser feita no Rossio, pelo responsável autárquico.
Durante toda a noite a chama ficará acesa e só na tarde do dia 19 é transportada para a Feira de São Mateus, palco da Festa da Solidariedade.