Padres devem transmitir imagens positivas e assumir as fraquezas

Apelo de Anselm Grun, monge beneditino alemão, em Fátima

Como a sociedade actual tem “tendência a ser totalitária”, as pessoas necessitam de “boas imagens” – apelou Anselm Grun, monge beneditino, aos padres que participam no VI Simpósio do Clero de Portugal, a decorrer em Fátima até dia 4 de Setembro.

Nascido em 1945, Anselm Grun – responsável pela Abadia beneditina de Munsterschwarzach (Alemanha) – disse também aos participantes que a leitura da Bíblia “entra em nós como um fogo e evita-nos o cansaço”. E acrescenta: “no altar, o sacerdote deve transmitir imagens positivas”.

Ao olhar para a tradição espiritual, o monge beneditino realça que a iconografia do «Bom Pastor» é “uma imagem excelente” e transmite “segurança para o caminho”. Autor de uma bibliografia vasta, Anselm Grun pede aos padres do simpósio – subordinado ao tema: «Reaviva o Dom que há em ti» – que ajudem as pessoas a erguerem-se. “Levantar os outros é uma imagem bonita para a nossa sociedade”.

O episódio relatado pelo evangelista Lucas no capítulo 13, «A cura da mulher curvada», é a “melhor imagem da bíblia” visto que “Jesus consegue erguer a mulher” – afirmou. Ao falar do acompanhamento espiritual que o sacerdote deve fazer, o autor das obras «O Livro das respostas»; «Que fiz eu para merecer isto?» e «Em cada dia um caminho para a felicidade» refere que “ao ajudarmos os outros a erguerem-se estamos a contribuir para a felicidade dos outros”. E sublinha: “Vale a pena ser sacerdote para ajudar os outros”.

Na conferência «Homem: Força na debilidade», Anselm Grun – famoso pelos seus numerosos escritos espirituais – afirma que “há sacerdotes que não são felizes” devido “a desequilíbrios”. No acompanhamento que faz a padres em crise, o monge beneditino frisa que é “importante não ficar somente na teoria, mas termos liberdade interior quando falamos com as pessoas”

Um sacerdote moralista coloca “medos nas pessoas”, mas “muitas vezes está a esconder as suas fraquezas”. E exemplifica: “Paulo sofreu com os seus limites mas sentiu a morte de Cristo”.  Os sacerdotes “não devem fugir do medo, mas senti-lo porque só assim se consegue transmitir a mensagem da Boa Nova”.

O monge alemão frisa que o “recalcamento da sexualidade” coloca nos sacerdotes “um lado sombrio”. “É importante assumir as fraquezas e sermos humildes” – concluiu.

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