Jesuítas reflectiram sobre a presença muçulmana nas sociedades europeias

Os convertidos ao catolicismo procedentes do contexto muçulmano precisam de um acompanhamento específico e maior do que o actual. Esta foi uma das conclusões do Congresso do «Eurojess» (Jesuítas especialistas em Ciências Sociais), que debateu a questão das populações muçulmanas na Europa.

Durante a assembleia, que se realizou entre 25 e 29 deste mês, na cidade espanhola de Granada, os 50 participantes procuraram encontrar soluções para o acompanhamento das pessoas originárias do mundo muçulmano que encontram Cristo e entram na Igreja. No país vizinho, as conversões ao cristianismo a partir do mundo islâmico não são muito numerosas, embora na França, por exemplo, sejam mais frequentes.

A missão de “receber as pessoas que se encontram com Cristo, acompanhá-las como catecúmenos, como neófitos, como membros das nossas comunidades, requer discernimento espiritual e conhecimento profundo das marcas da sua antiga condição muçulmana, quer ela seja sociológica ou cultural”, referiram os congressistas.

“Elaborar o que significa ser cristão, muçulmano e crente nas sociedades seculares, plurais e democráticas”, foi outra das prioridades estabelecidas pelos jesuítas e colaboradores presentes no encontro. A concretização deste objectivo requer “purificar o olhar, sanar as feridas da história, conhecer os fundamentos teológicos das nossas convicções éticas e as nossas posturas políticas”, declarou a assembleia. Este desafio implica também “ter uma consciência clara de nossa identidade cristã, expressá-la, e viver em coerência”.

Em declarações à Agência Zenit, um dos participantes na assembleia, Pe. Josep Buades S.J., referiu que o posicionamento no espaço público abrange o reconhecimento da liberdade, dos símbolos e da educação religiosas, assim como as relações entre o Estado e as várias confissões. Por outro lado, acrescentou, é preciso ter em atenção outras questões que não costumam ocupar tanta atenção neste âmbito, como o acesso ao emprego, as condições de trabalho, a ética nos negócios e nas finanças e os efeitos da segregação sobre a coesão social.

Com Zenit

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