Setúbal: Cardeal D. Américo Aguiar pede «Igreja em saída» para que Jubileu se projete no futuro

No encerramento do Ano Santo e do cinquentenário da diocese, bispo sadino alerta para o «flagelo» da violência doméstica e da crise habitacional

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Setúbal, 29 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, cardeal D. Américo Aguiar, considera que os cristãos têm o dever de materializar a “Igreja em saída” para que o Jubileu da Esperança evite a celebração de factos do passado sem projeção de futuro.

“O encerramento da porta jubilar na Diocese de Setúbal não é uma clausura, mas abertura para o futuro”, afirmou, em declarações à Agência ECCLESIA.

A par do Ano Santo, a diocese viveu o cinquentenário da sua criação, um marco que o prelado aproveitou para manifestar gratidão aos pastores que o antecederam na cátedra sadina.

“Temos de ser gratos àqueles que fizeram o caminho que nos trouxe até aqui – seja D. Manuel Martins, D. Gilberto Reis ou D. José Ornelas. É uma sucessão de pastores que Deus deu a esta Igreja e que foram preparando os caminhos para tudo o que estamos a fazer”, realçou.

D. Américo Aguiar sublinhou que a diocese colhe agora o trabalho anterior, ao mesmo tempo que semeia para que as novas gerações “possam ter a possibilidade de festejar Cristo vivo”.

A celebração assinalou ainda os 50 anos da Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), um percurso valorizado pelo chefe regional, Luís Pains.

“O escutismo já existia em Setúbal antes de 1975, mas tem sido um longo e bonito caminho feito por muita gente”, referiu o dirigente, destacando a figura de D. Manuel Martins como alguém que “marcou muito o escutismo e foi um homem sempre presente”.

Também o antigo dirigente Francisco Monteiro destacou a missão dos mais velhos em “ajudar os jovens a crescer”, enquanto Luís Pains reforçou que a sociedade civil “necessita do escutismo e dos valores” que o movimento transmite.

No contexto da Solenidade da Sagrada Família, o bispo de Setúbal denunciou o “flagelo” da violência doméstica, classificando-a como uma realidade que “envergonha e amachuca” a sociedade.

“Não podemos aceitar que, dentro de quatro paredes, aconteçam crimes contra a dignidade humana”, advertiu, pedindo aos diocesanos que sejam “semeadores de esperança” em 2026.

A nível social, o presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal, Paulo Valente da Cruz, apontou a habitação como o principal desafio atual, referindo que a classe média vive hoje com “muita dificuldade”.

“Temos quase 250 pessoas em situação de sem-abrigo, que já não são apenas de Setúbal ou do distrito, mas do país e do mundo, e que nos batem à porta”, revelou o responsável, apelando a que os tempos próximos sejam “de mudança”.

Segundo Paulo Valente da Cruz, o encerramento da porta jubilar significa a abertura da “porta da esperança”, uma vez que a caridade deve ser o rosto visível da Igreja junto de quem mais precisa.

LFS/OC

Setúbal: D. Américo Aguiar denuncia «flagelo» da violência doméstica

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