Leiria-Fátima: D. José Ornelas assinala conclusão do Jubileu com apelo à integração de migrantes e homenagem aos Papas Francisco e Leão XIV

Bispo diocesano presidiu à Missa no Santuário de Fátima e a vigília na Sé de Leiria

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 28 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima encerrou hoje o Ano Jubilar na diocese com um forte apelo ao acolhimento de migrantes e refugiados.

“Quero dizer a todas e a todos os que chegam que, dentro da Igreja, não há nacionais e estrangeiros, não há irmãos e irmãs de primeira e de segunda”, afirmou D. José Ornelas, na Missa a que presidiu no Santuário de Fátima.

A cerimónia, na festa litúrgica da Sagrada Família, apresentou a esperança como resposta a um mundo marcado por guerras, destacando a necessidade de uma Igreja sem fronteiras internas.

Partindo da fuga da Sagrada Família para o Egito, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa denunciou os “nacionalismos xenófobos” e sublinhou a urgência de “regular e defender com justiça” os fluxos migratórios.

“É igualmente urgente acolher com solidariedade e abertura de mente e coração os que chegam e criar condições de integração, para que possam colaborar de modo novo para o bem de todos”, sustentou.

O encerramento do Ano Santo ficou marcado pela evocação do contexto eclesial vivido em 2025.

D. José Ornelas prestou homenagem ao Papa Francisco, falecido durante o Jubileu, recordando a sua herança de “alegria e renovação” e o facto de ter convocado a Igreja sob o signo da “Esperança que não desilude”.

Simultaneamente, o bispo saudou o pontificado de Leão XIV, iniciado em maio, destacando o seu “compromisso com a paz” e a continuidade do caminho sinodal.

A concluir, D. José Ornelas apontou o Santuário de Fátima como o lugar onde a universalidade da Igreja se concretiza, pedindo que as famílias da diocese sejam manifestação desse “coração materno”.

As celebrações de encerramento iniciaram-se na noite de sábado, com uma procissão de velas entre a antiga igreja da Misericórdia e a Sé de Leiria.

Nesta vigília, marcada pelos testemunhos de quem participou nos eventos jubilares em Roma, o bispo diocesano pediu aos fiéis que tenham a “coragem da esperança” e acolham as diferenças.

Leonor Duarte, jovem de Ourém, partilhou a sua experiência no Jubileu dos Jovens, confessando que encontrou na peregrinação a resposta para o seu vazio espiritual: “Comecei a perceber algo essencial, que a fé cresce quando é partilhada”.

Também Rui Santos, catequista da Sé, relatou a sua vivência no Jubileu dos Catequistas e o momento de oração junto ao túmulo de Francisco, a quem agradeceu a linguagem simples que facilitou a transmissão da fé.

“Pensei nos outros catequistas que não puderam estar […]. E eu, quando fiz a passagem [da Porta Santa], levei-os comigo. Porque acho que nós, sozinhos, não podemos caminhar”, referiu.

Convocado pelo Papa Francisco através da bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), o Ano Santo encerra-se este domingo nas dioceses de todo o mundo.

O 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja Católica, iniciado na Noite de Natal de 2024, terá a sua conclusão a 6 de janeiro de 2026, no Vaticano, sob a presidência de Leão XIV, com o fecho da Porta Santa na Basílica de São Pedro.

OC

 

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