Historiadora dedicou grande parte da sua vida à causa da comunidade cigana

Lisboa, 27 dez 2025 (Ecclesia) – Manuela Mendonça, presidente do Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos e presidente da Academia Portuguesa da História, faleceu na manhã do dia de Natal, aos 77 anos.
As exéquias realizam-se este domingo, na Igreja de Moscavide, com Missa de corpo presente às 13h00, presidida pelo cardeal D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa, seguindo o funeral para o Cemitério dos Olivais.
Manuela Mendonça assumiu a liderança do Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional para a Pastoral dos Ciganos em abril de 2017, nomeada pelo então patriarca D. Manuel Clemente, sucedendo a Fernanda Reis, com quem colaborou durante várias décadas.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Pastoral Nacional dos Ciganos manifestou “profundo pesar” pelo falecimento, destacando a sua “dedicação com empenho notável à promoção da dignidade, dos direitos e da integração social da comunidade cigana”.
“A sua liderança traduziu-se em ações concretas de acompanhamento e defesa dos direitos fundamentais dos ciganos, sempre com uma perspetiva humanista e cristã”, lê-se na nota assinada pelo diretor nacional, Hélder Afonso.
A historiadora era também membro ativo do Comité Católico Internacional para os Ciganos (Comité Catholique International pour les Tsiganes), onde a sua participação permitiu “estabelecer valiosas redes de colaboração” a nível europeu.
Nascida em São Cristóvão, Montemor-o-Novo, a 12 de fevereiro de 1948, Manuela Mendonça licenciou-se e doutorou-se em História Moderna e Contemporânea pela Universidade de Lisboa, onde foi professora na Faculdade de Letras.
Especialista na Baixa Idade Média e nas relações peninsulares dessa época, presidia à Academia Portuguesa da História desde 2006. Entre 1990 e 1996, desempenhou o cargo de subdiretora-geral do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
Da sua vasta bibliografia destacam-se obras como ‘D. João II. Um percurso Humano e Político nas Origens da Modernidade em Portugal’ (1991) ou ‘A Guerra Luso-Castelhana no Século XV. A Batalha de Toro’ (2006).
A Pastoral Nacional dos Ciganos recorda Manuela Mendonça como uma “figura ímpar da cultura, da história e da ação social em Portugal”, cujo legado perdurará como “fonte de inspiração”.
OC
