«Celebrar o Natal cristãmente é mais do que realizar boas festas, juntar a família, trocar uns presentes, cumprir tradições» – D. José Miguel Pereira

Guarda, 25 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo da Guarda alertou hoje para os riscos de uma vida guiada pelo algoritmo e pediu aos católicos que rejeitem uma religiosidade de consumo, na homilia da Missa do Dia de Natal.
“Supõe elevarmo-nos do horizonte natural, da primeira impressão, do que sempre se fez, da bolha mediática, do algoritmo, do que nos fomos habituando e já não questionamos”, afirmou D. José Miguel Pereira, na Igreja da Misericórdia.
Numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA, o responsável sustentou que celebrar o nascimento de Jesus implica uma mudança de atitude interior e não apenas o cumprimento de rituais sociais.
“Celebrar o Natal cristãmente é mais do que realizar boas festas, juntar a família, trocar uns presentes, cumprir tradições”, advertiu.
Para o bispo diocesano, é necessário “sair de uma religião de consumo, ou ocupada em atividades” para responder ao apelo da evangelização.
A homilia refletiu sobre a distinção entre a filiação biológica e a filiação divina, alertando para o perigo de uma vida espiritual estagnada.
“Não basta alimentarmos, em nós e nos outros, uma vida psíquica, que busca conquistar uma felicidade entendida como realização pessoal”, sublinhou o bispo da Guarda.
Citando a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’, do Papa Francisco, D. José Miguel Pereira avisou que o foco excessivo no “eu” leva a “cair no individualismo, na crise de identidade, no declínio do fervor e na acédia (preguiça espiritual) paralisadora”.
O bispo da Guarda pediu uma Igreja em saída, que atue para lá das fronteiras físicas dos templos e das afinidades pessoais.
A missão faz-se “sempre com a Igreja, e sempre para lá da(s) igreja(s) e sacristia(s), e das fronteiras visíveis da Igreja”, apontou.
A celebração do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, iniciou-se um pouco por todo o mundo na noite anterior ao dia 25 de dezembro, seguindo uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja de Roma.
OC
