Natal: «É como se fossemos renascer homens novos», disse o bispo do Algarve no Estabelecimento Prisional de Faro

D. Manuel Quintas incentivou os reclusos a «cultivar sempre a esperança no coração e na vida»

Foto: Folha Domingo/Samuel Mendonça

Faro, 23 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo do Algarve presidiu a uma celebração de preparação para o Natal com os reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro, onde o voluntário Alexandre Piedade “«trouxe» a Porta Santa” do Ano Santo 2025, no 18 de dezembro.

“Em cada Natal é como se fossemos nós a renascer homens novos, pessoas novas, que acreditam que é possível ser diferente, viver de maneira diferente e que o sofrimento e a situação por que passamos pode ser diferente”, disse D. Manuel Quintas, aos reclusos, citado pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Aos 15 reclusos, o bispo diocesano realçou que “é este amor de Deus que Jesus mostrou que transforma”, faz pessoas novas, “com sentimentos novos, pessoas renovadas”.

D. Manuel Quintas incentivou os reclusos a “cultivar sempre a esperança no coração e na vida”, e afirmou que podem ser “sempre diferentes” daquilo que foram, porque “é mais importante o futuro do que o passado”.

“É mais importante o que está para vir e isso deve ser o motor, algo que não nos deixa desanimar, nem esmorecer, nem perder a esperança”, acrescentou o bispo diocesano, salientando que esta quadra é também a “festa de alegria e esperança”, na celebração que teve a participação do assistente do Setor Diocesano da Pastoral Prisional, o cónego Carlos César Chantre, e da responsável deste organismo, Corinna Cappozzo.

Esta celebração na cadeia de Faro contou com o testemunho do voluntário Alexandre Piedade, que participou no Jubileu dos Reclusos do Ano Santo 2025, com o Papa Leão XIV, com o contingente português em Roma e no Vaticano.

“É muito difícil levar um grupo de reclusos a Roma. Então fiz ao contrário e «trouxe» a Porta Santa a vocês”, disse o voluntario, que integrou há dois anos a equipa da Pastoral Prisional de Faro e Olhão.

Alexandre Piedade captou imagens de realidade virtual e mostrou-as nesta celebração de preparação do Natal, no dia 18 deste mês, aos reclusos do Estabelecimento Prisional de Faro e a alguns membros da direção e guardas prisionais.

O diretor dos Estabelecimentos Prisionais de Faro e Olhão, José Joaquim Pedreira, agradeceu a presença do bispo do Algarve, destacando que “sempre” tiveram “muito boa relação com a Igreja e com a pessoa do senhor bispo”, e incentivou os reclusos a aproveitarem aquele “momento para refletir que nunca é tarde para mudar”.

D. Manuel Quintas disse que gostaria que a sua presença “não fosse vista como alguém distante, longínquo”, observando que pelas circunstâncias “é difícil” encontrarem-se mais vezes, “mas que este bocadinho possa significar para cada um de nós que o Natal é importante” na vida de cada um porque traz “essa presença de Alguém que aceita” como são e “não faz aceção, distinção, das línguas, da cultura, da proveniência, da vida passada”.

Esta celebração de preparação para o Natal no Estabelecimento Prisional de Faro foi promovida pela Pastoral Prisional da Diocese do Algarve, esta equipa que visita semanalmente os Estabelecimentos Prisionais de Faro e Olhão, integra duas consagradas, Missionárias da Caridade, e uma Missionária Reparadora do Sagrado Coração de Jesus.

Foto: Folha Domingo/Samuel Mendonça

“Acompanho e estou presente, ainda que não fisicamente, espiritualmente com a equipa diocesana da pastoral penitenciária que leva para a frente este trabalho como muito gosto, muita alegria, dando o melhor de si mesmos para ser presença deste Jesus que vamos agora celebrar o seu nascimento”, explicou o bispo do Algarve aos reclusos de Faro.

O Estabelecimento Prisional de Faro tem 112 reclusos, com uma capacidade para 103,  António Rosado, adjunto da direção explicou ao jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, que a maioria está a cumprir pena por comportamentos associados ao consumo e tráfico de droga, a percentagem regista-se entre os 60 a 65%, e permanecem no máximo nesta prisão até cumprirem 6/7 anos de pena.

CB

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