Experiências de voluntariado

Educação, saúde e evangelização são áreas prioritárias nos países de missão

Em tempo de Verão multiplicam-se as experiências de missão entre jovens e menos jovens. Há mais de 20 anos que o voluntariado missionário, ligado a diversas congregações religiosas, dita novas formas de relacionamento com os países de língua e expressão portuguesa, mas são também uma aposta na educação, no desenvolvimento e na evangelização.

São pessoas que dedicam um mês ou dois da sua vida, um ano ou mais dos seus projectos pessoais para dar um contributo em áreas prioritárias como a educação, saúde e evangelização.

O programa ECCLESIA ouviu o testemunho de três missionárias, entre tantos que partem. O balanço de quem chega cruza-se com as expectativas de quem parte.

Diana Conceição esteve durante 11 meses, através da Associação Leigos para o Desenvolvimento, a trabalhar em Timor, inserida em projectos de educação. Aulas de português a jovens e adultos, responsabilidade num projecto pré-escolar, o apoio educativo numa escola primária, formação de professores e animação numa ludoteca foram actividades que a ocuparam todos os dias, “o dia inteiro”.

Clara Flora esteve, pelos Leigos da Boa Nova, em Maputo, nos bairros periféricos da cidade. Esta voluntária partiu no final de uma vida profissional dedicada à pediatria, 34 anos depois de ter decidido fazer missão, apesar de a oportunidade ter surgido há menos tempo.

Sem expectativas, e inserida num grupo de três pessoas, Clara partiu “com o espírito aberto para o que pudesse acontecer”. Em Moçambique, o exercício da profissão continuou. Esta médica afirma desconhecer se o que fez teve ou não validade, mas “vim muito mais rica, cheia do amor das crianças e dos adultos”.

A partilha, a solidariedade, o conhecimento das pessoas mas também as carências são recordações que guarda das escolas onde trabalhou.

Catarina Tourais, do GAS África, é uma estreante carrega de expectativas para a primeira missão em que vai participar no Huambo, em Angola, depois de três anos de preparação. Catarina é uma das jovens universitárias que se deixou contagiar pelo espírito missionário que a Universidade Católica, através do GASUP, desenvolve.

Durante um mês, um grupo de 10 jovens, vai enfrentar uma realidade desconhecida. “os relatos que ouvimos estarão, por certo, distantes da realidade que vamos encontrar”, assinala Catarina Tourais.

Antes da partida esta voluntária regista a “grande expectativa e o desejo de estar à altura do desafio”.

A voluntária Diana Conceição explica que as experiências de missão são “sempre positivo, mesmo desconhecendo o bem que fizemos”. Em missão “dá-se o melhor e isso é o mais importante”, afirma a voluntária que esteve em Timor. A recordação de um povo muito acolhedor mistura-se com a sensação de “ter recebido muito mais do que dei”, afirma.

Catarina Tourais regista que a disponibilidade de partir é já uma grande mais-valia da missão. “O partir com o coração aberto para viver a experiência, sem a pretensão de mudar tudo, é o ideal”.

Esta estudante universitária assinala a importância do contacto estabelecido na missão. “A pessoa aprende a ser mais humana, conhece-se mais, põe-se à prova e disponibiliza o seu amor”.

Também Diana refere o que se aprende de diferente numa experiência missionária. “Se fui com muitas intenções para ensinar o que tinha aprendido, tudo isto é desconstruído. Venho mais completa para ensinar cá do que quando fui”.

A Associação Leigos para o Desenvolvimento aposta na formação. “Esse é o nosso maior contributo, para além do testemunho cristão”. Diana reconhece que o número de pessoas que formam poderá ser menor, mas, “com esta metodologia próxima asseguramos a sustentabilidade”.

Já Clara Flora assinala a criatividade necessária ao trabalho. “Criatividade também no relacionamento com as pessoas e no desempenho diário do trabalho”.

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