Ecclesia e Fundação AIS mostram trabalho das Igrejas perseguidas

Bulgária: uma vocação que resistiu ao comunismo

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e o Programa ECCLESIA, do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, prosseguem a sua divulgação de breves documentários sobre a Igreja perseguida em várias partes do mundo. Os programas são transmitidos no espaço televisivo da Igreja Católica na RTP 2, pelas 18h30.

O ciclo prossegue esta Quarta-feira, dia 19 de Agosto, com a reportagem “Bulgária: uma noviça durante 44 anos”.

Bonka Bodushka bateu à porta do convento em Carevbrod, no norte da Bulgária, lar das Irmãs Beneditinas Missionárias, que tinham vindo de Tutzing, na Alemanha, em 1914. Elas tomavam conta de crianças pobres, fundaram uma escola, administravam um orfanato e cuidavam das pessoas doentes. Bonka estava feliz. Ela trabalhou no jardim durante o seu primeiro ano e, depois, entrou para o noviciado, que normalmente dura entre 1 a 2 anos, nas congregações religiosas.

A felicidade de Bonka não durou muito tempo. Os Comunistas búlgaros declararam guerra à Igreja Católica em 1948 e nos anos que se seguiram organizaram uma série de julgamentos públicos, acusando os padres de serem espiões do Vaticano. Em 1950, as autoridades decidiram visitar o convento de Carewbrod.

Os Comunistas confiscaram a quinta das Irmãs e transformaram o convento num hospital psiquiátrico. As Irmãs alemãs foram obrigadas a sair da Bulgária. As autoridades permitiram que algumas das Irmãs mais velhas da zona, que tinham feito os seus votos finais, trabalhassem no hospital como enfermeiras e cozinheiras. As noviças foram obrigadas a regressar a casa.

A Irmã Bernadette sempre se considerou uma religiosa, apesar de não ter tido oportunidade de fazer os votos finais antes de os Comunistas chegarem e de não poder usar o hábito. Contudo, ela sempre acreditou que poderia um dia regressar ao convento.

Então, aconteceu algo que a peculiar Bonka Bodushka, da aldeia de Generałnikołajewo, sempre acreditou que iria acontecer – o Comunismo ruiu. Em 1992, as irmãs alemãs regressaram ao seu convento em Carevbrod.  Bonka foi para junto delas dois anos mais tarde.

A Irmã Bernardette hoje vive feliz na sua comunidade porque nunca deixou de acreditar: “Eu tinha cinquenta e cinco, cinquenta e seis… Não! Tinha sessenta e tal anos! Porque nasci em 1928. E sim, tive que esperar cinquenta anos para regressar; para que Deus permitisse que eu voltasse para lá”. 

“Eu fui noviça durante quarenta e quatro anos”, conclui.

Fundação AIS
Em todo o mundo existem milhões de pessoas que sofrem perseguição religiosa. Ajudar quem passa por estas situações e informar a opinião pública sobre as mesmas tem sido o mote da acção da AIS, uma organização internacional sem fins lucrativos, dependente da Santa Sé, cujo objectivo é apoiar projectos pastorais nos países onde a Igreja Católica está em dificuldade.

A Organização tem secretariados nacionais em 17 países da Europa – incluindo Portugal -, na América e na Austrália, apoiando mais de cinco mil projectos todos os anos em cerca de 140 nações de todos os continentes.

A Fundação AIS depende única e exclusivamente da generosidade e boa vontade dos nossos benfeitores, uma vez que não recebemos qualquer tipo de ajuda institucional do Estado ou da UE.

O ciclo do programa Ecclesia prossegue no dia 26 de Agosto com a Igreja da Etiópia. O documentário é intitulado «Pouco a pouco». O ciclo encerra no dia 2 de Setembro, com a Igreja do Zimbabué, num documentário intitulado «Saído das trevas».

Departamento de Informação da Fundação AIS – info@fundacao-ais.pt

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