Papa pede que o mundo se abra a Deus

Bento XVI viveu fim-de-semana intenso em Castel Gandolfo

Bento XVI presidiu este Domingo à celebração do Angelus, no pátio da residência pontifícia de Verão em Castel Gandolfo, defendendo que “a cada um de nós, Deus pede para o acolher, de colocar à disposição o nosso coração e o nosso corpo, toda a nossa existência, para que Ele possa habitar no mundo”.

No terceiro encontro com os peregrinos num espaço de dois dias, o Papa recordou a grande festa da Assunção de Nossa Senhora, celebrada a 15 de Agosto, frisando que “Maria foi elevada ao lugar de onde o seu Filho tinha descido”.

“Deus recebeu dela o corpo humano para entrar na nossa condição mortal. Por sua vez, no fim da existência terrena, o corpo da Virgem foi elevado ao céu por Deus e entrou na condição celeste. É uma espécie de intercâmbio, no qual Deus tem sempre a plena iniciativa, mas, em certo sentido, tem também necessidade de Maria para preparar a matéria do seu sacrifício: o corpo e o sangue, a ser oferecido na Cruz como instrumento de vida eterna e, no sacramento da Eucaristia, como alimento e bebida espirituais”, precisou.

“Caros irmãos e irmãs – acrescentou -, o que se verificou em Maria, vale também para cada homem e cada mulher”.

Segundo Bento XVI, o Senhor “chama a unirmo-nos a Ele no sacramento da Eucaristia, para formar junto com a Igreja, Pão repartido para a vida do mundo”.

Antes de se despedir dos presentes em Castel Gandolfo Bento XVI saudou os diversos grupos de fiéis nas suas respectivas línguas. “Saúdo os jovens brasileiros da Comunidade Missionária Villareggia e demais peregrinos de língua portuguesa que quiseram participar neste momento diário de louvor e gratidão ao Verbo divino, que Se fez homem no seio da Virgem Maria para ficar connosco todos os dias até ao fim do mundo. Deixai Cristo tomar posse da vossa vida, para serdes cada vez mais vida e presença de Cristo”, disse em português.

Falando com os peregrinos franceses, o Papa deixou um apelo à solidariedade em prol de todas aquelas pessoas que se encontram materialmente ou espiritualmente em dificuldade.

 

Sacerdotes e Maria

No Sábado, Solenidade da Assunção, Bento XVI confiou “os sacerdotes do mundo inteiro” à protecção de Maria elevada aos céus. O Papa convidou todos os fiéis a “dirigirem o olhar” para Maria, Estrela da esperança que ilumina o nosso caminho, mas em particular os sacerdotes, convidados, além de “reavivar o amor e a veneração por Nossa Senhora”, a seguirem os ensinamentos de São João Maria Vianney, o Cura d’ Ars, “santo pároco de aldeia”.

“No coração do mês de Agosto, tempo de férias para muitas famílias, e também para mim, a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Esta é uma ocasião privilegiada para meditar sobre o sentido último da existência humana, ajudados pela celebração litúrgica de hoje que nos convida a viver neste mundo sempre orientados aos bens eternos, para compartilhar a mesma glória de Maria, nossa Mãe”, disse ainda.

Antes, Bento XVI presidira à celebração da Missa na igreja de S. Tomás de Villanova, paróquia da pequena cidade onde o Papa se encontra neste período do Verão. O Papa saudou os fiéis erguendo ambos os braços.

Na sua homilia, recordou que a solenidade ali celebrada coroa o ciclo das grandes celebrações litúrgicas dedicadas a Maria: a Imaculada Conceição, a Anunciação, a Divina Maternidade e a Assunção.

Recordando um episódio da vida de Maria, a sua visita a Isabel após a Anunciação, o Papa sublinhou como, ouvindo o chamamento divino, Nossa Senhora “percorre uma nova estrada e inicia imediatamente o caminho fora da própria casa, deixando-se conduzir somente por Deus”. “A graça do Espírito Santo – disse Bento XVI – não admite lentidão”.

A fé, prosseguiu, é uma viagem num “mar muitas vezes tempestuoso” que não se deve interromper nem mesmo “no momento da escuridão”, mas deve, pelo contrário, avançar com “sagrada pressa” para aderir ao projecto divino, defendendo que “nada mais deve criar pressa na nossa vida”.

“Toda a vida é uma subida, é meditação, obediência, confiança e esperança mesmo nos momentos de escuridão, e toda a vida é essa sagrada pressa que faz com que Deus seja a prioridade”, apontou.

(Com Rádio Vaticano)

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