Presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais lembra valor da comunicação real, da verdadeira amizade e do diálogo honesto
O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS), D. Claudio Maria Celli, afirmou que as novas tecnologias digitais com suas aplicações na Internet, que configuram a sociedade actual, devem promover e defender, acima de tudo, a natureza e dignidade do ser humano, assegurando seu adequado desenvolvimento através da comunicação real, da verdadeira amizade e do diálogo honesto.
Num artigo publicado no jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, o Arcebispo ressalta como o mundo digital muda cada vez mais e incide na forma como se configuram as relações humanas.
Diante dessa realidade, que levou o Papa a chamar aos jovens “geração digital” – diz o presidente do CPCS -, é preciso reconhecer que “essas tecnologias são um dom para a humanidade, mas as vantagens devem estar, ao mesmo tempo, ao serviço de todos os seres humanos e de toda a comunidade”.
Depois de comentar as “grandes possibilidades e grandes limites” destas tecnologias, D. Celli sublinha que quando Bento XVI “expressa a sua avaliação positiva pelas novas tecnologias não é ingénuo, pois não se esquece das dificuldades e problemas que as mesmas podem criar”.
Depois de relatar uma experiência recente na Islândia, onde durante uma reunião de leigos do Conselho da Europa os participantes se perguntavam o que se deve fazer para proteger as crianças dos perigos da Internet, D. Claudio Celli aponta três aspectos fundamentais que devem ser levados em consideração para viver uma adequada “cultura da comunicação”, a partir da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2009.
A primeira referência “é o valor da pessoa humana. O Papa não é ingénuo sobre essa questão e sabe perfeitamente que muitas coisas circulam nas grandes redes da comunicação. Por isso, diz que se deve tomar cuidado com palavras e imagens degradantes para o ser humano. Deve bloquear-se a entrada a tudo aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, e que agride a beleza e a intimidade da sexualidade humana”.
A segunda dimensão é o diálogo. “O diálogo entre pessoas de países, culturas e religiões diferentes. Um diálogo que não é certamente um esconder quem sou, porque não seria isso algo respeitoso para com a pessoa com quem dialogamos. Mas é um diálogo atento e respeitoso que busca sinceramente a verdade”, destacou o prelado.
Ao falar da terceira dimensão da mensagem, a amizade, o Arcebispo Celli, explica que “no novo vocabulário das redes digitais é um termo que se usa facilmente”.
O Arcebispo referiu-se então à presença de Bento XVI no Youtube e indicou que “o Papa deseja estar presente em um diálogo respeitoso com todos”.
“As nossas amizades crescem no nosso caminhar como seres humanos. Não podemos banalizar o conceito de amizade porque é uma das maiores riquezas de que o ser humano pode dispor”, concluiu.