Os advogados da líder da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi, condenada terça-feira a 18 meses de prisão domiciliária, anunciaram hoje que vão recorrer da sentença.
Suu Kyi, 64 anos, foi inicialmente condenada a três anos de trabalhos forçados, mas o chefe da Junta Militar, general Than Shwe, comutou a pena e ordenou que cumpra mais 18 meses de prisão domiciliária.
Nyan Win, advogado e porta-voz da Liga Nacional pela Democracia (LND), formação liderada pela Nobel da Paz, anunciou à imprensa que será apresentado um recurso junto do Tribunal de Segunda Instância, por considerar que a sentença foi “incorrecta”.
A defesa de Suu Kyi mantém que a acusação se baseia numa lei que deixou de ter efeito depois da entrada em vigor da Constituição aprovada no ano passado, em referendo.
A líder da oposição birmanesa e Prémio Nobel da Paz foi considerada culpada de ter violado as condições da pena de prisão domiciliária, que cumpria, ao deixar entrar e dar abrigo durante duas noites, em sua casa, o cidadão norte-americano John Willian Yettaw.
A Junta Militar condenou também a 18 meses de prisão domiciliária as duas mulheres – mãe e filha -, que dão assistência à Nobel da Paz, na sua casa.
A pena impedirá a Premio Nobel da Paz de 1991 de participar nas eleições birmanesas previstas para 2010. O tema mereceu a primeira página da edição desta Quarta-feira do Jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, que destaca as sanções anunciadas pela UE contra Myanmar.
Redacção/Lusa