Exposição pública terá lugar na Primavera de 2010 Bento XVI jantou este Domingo com o Cardeal Severino Poletto, Arcebispo de Turim (Itália), que o colocou a par dos preparativos para a exposição do Santo Sudário, de Turim, na Primavera de 2010. O Papa confirmou-lhe a sua intenção de se deslocar à cidade, nessa ocasião, sem ter ainda precisado qualquer data.
A informação foi avançada pelo porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, que dava conta do dia de Bento XVI, depois do Angelus recitado em Aosta.
A Rádio Vaticano adianta que, nos recentes estudos realizados sobre o Sudádio, foram descobertos caracteres que podem ser relacionados com o aramaico falado no tempo de Jesus, dado que poderia contribuir para a polémica questão da datação do pano.
Barbara Frale, especialista do Arquivo Secreto do Vaticano para os Templários, explica à emissora que esta não é a primeira vez que se fala de caracteres aramaicos no Sudário, tendo o assunto sido referido já em 1978. A recente descoberta de Thierry Castex parece referir-se à palavra "encontrado", estando em análise o contexto em que a mesma se insere.
Frale lembra que, no caso de uma condenação à morte, seria habitual acompanhar o corpo de documentos que permitissem reconhecer o corpo.
Esta especialista é defensora da tese que coloca o Sudário nas mãos dos Templários entre 1260 e 1312, aproximadamente.
O Santo Sudário, uma das relíquias mais famosas do Cristianismo, é o pano de linho puro, que alguns afirmam ter sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação. Mede 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura.
Há notícia dele desde 1353, quando um pano que supostamente serviu de mortalha a Cristo apareceu em Lirey (França), levado pelas expedições que estiveram na Terra Santa. Um século depois, chegou às mãos dos duques de Savóia, que o guardaram em Chambéry. Em 1532, foi danificado num incêndio e, em 1694, foi transferido para a capela do Duomo (Catedral) de Turim.
Os testes para provar se realmente envolveu o corpo de Cristo começaram em 1898, depois de um fotógrafo de Turim ter feito uma foto do manto e, na revelação, descoberto que os negativos mostravam o corpo e o rosto de um homem crucificado.
Em 1989, o Sudário foi submetido ao teste do carbono-14 em três laboratórios da Suíça, Estados Unidos e Reino Unido. Os resultados dos testes datavam o tecido como sendo do período 1260 a 1390.
Vários especialistas criticaram os testes, considerando que fora mal feito: os três pedaços do tecido que foram cortados naquela ocasião, para servir de amostra para o teste, eram das pontas, ou seja, a parte pela qual o manto foi suspenso nas inúmeras ocasiões em que foi apresentado aos fiéis ao longo dos séculos.
Em Abril de 1997, um incêndio destruiu a capela Guarini, onde o Santo Sudário é guardado, mas a relíquia foi resgatada sem sofrer danos. Meses mais tardes, foi estendida e não enrolada como até então, numa caixa à prova de incêndios e atentados.
Testes da NASA deixam supor que a impressão no lençol de Turim se deu por uma radiação luminosa-térmica: há vestígios de uma anormal produção de energia, que se pode comparar a uma explosão atómica, controlada e em relevo, segundo a profundidade da queimadura.
Embora não se possa afirmar com toda a segurança a autenticidade desta "relíquia", o Papa João Paulo II gostava de falar dela como de um maravilhoso "ícone".