Trasladação dos Restos Mortais da Beata Rita Amada de Jesus

Termina hoje e aqui o Processo longo de cumprimento do necessário para, com verdade e segurança, se apresentar esta mulher que foi Rita Amada de Jesus, que viveu a sua passagem pelo mundo entre 1848 e 1913, que nasceu em Ribafeita, paróquia da nossa Diocese e vizinha desta cidade de Viseu e que, por motivos de vocação e de missão, deixou uma rica obra, já no seu tempo, em diversas partes do mundo. Fruto deste longo e sério Processo, apresentamo-la como uma pessoa feliz, na beatitude de Deus Pai e, em nome da Igreja, propomo-la à veneração dos fiéis, como exemplo e modelo de virtudes cristãs e como expressão da santidade do mesmo Deus. Demos-Lhe graças, a Ele que é Santíssimo e fonte de toda a santidade, da qual nós partilhamos e beneficiamos para o cumprimento da Sua vontade e para a vivência da nossa vocação, realizando a nossa missão.

Escutando o Evangelho desta celebração – o Evangelho das 10 Virgens – olhamos para Rita de Jesus como alguém que tinha abundância de azeite consigo, proveniente da oração, da devoção a Maria, da comunhão com o Santíssimo Sacramento e com a Eucaristia e da atenção à vontade de Deus. Enchia e alimentava a sua almotolia nos canais dos Sacramentos e da Direcção Espiritual, iluminando as pessoas do seu tempo, concretamente as mais simples e carenciadas, com a luz das suas boas obras, num apostolado esclarecido e cheio de amor. Tão forte e marcante era a sua luz que ela continua hoje a iluminar os caminhos de quem quer seguir o Senhor, respondendo, em cada tempo, aos desafios do desenvolvimento integral da pessoa humana que Deus criou por amor e que quer amar, de forma concreta, através dos Seus amigos. Rita de Jesus foi, no seu tempo, um destes amigos que amou com o coração de Deus e percorreu e iluminou os caminhos do amor. Perscrutando a vontade de Deus com a Sabedoria do Espírito e pondo-a em prática, apesar das contingências e dificuldades do seu tempo e dos obstáculos que se lhe depararam, Rita vivia da força da graça proveniente do mesmo Espírito. No seu carisma, que é dom do Espírito Santo, ela tornou-se pioneira e criativa no Instituto que fundou e que, hoje, tem visibilidade nas Irmãs e pessoas suas seguidoras que a mostram e que a continuam na Igreja e no mundo.

O carisma por ela acolhido e tão reluzente na sua acção tornou-se caminho de vocação e de apostolado, importante ainda e também hoje. Não porque é moda a repetir-se ciclicamente; mas sim porque a educação de crianças e jovens para o desenvolvimento integral, a promoção verdadeira e autêntica da mulher, o apoio humano e social à família e as respostas concretas aos mais desfavorecidos são tarefas essenciais e decisivas para a sociedade e para a Igreja em todos os tempos.

A primeira leitura apresenta-nos a experiência cristã de S. Paulo, tornada sugestões concretas para um qualquer cristão ser beato e santo, vivendo a alegria da filiação divina numa fraternidade sem exclusões e sem fronteiras. Revestindo-nos da caridade, reinará em nós a paz de Cristo, viveremos em acção de graças meditando a palavra que vem de Deus e cantaremos, sem fim, a gratidão filial. Do nosso coração e como frutos do Espírito Santo brotarão sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade e de paciência e viveremos as relações Trinitárias na escala e dimensão humana e fraterna de comunhão, de amor e de perdão.

Que a beata Rita Amada de Jesus se sinta bem e feliz no Céu como advogada, protectora e fundadora de um Instituto que a invoca, que a imita e que a segue, realizando, como ela sempre procurou fazer, o que é da vontade de Deus!… Que as suas virtudes – comprovadas em todo o Processo que aqui estamos a concluir – sejam inspiradoras para todas aquelas que fazem parte do seu Instituto e ajudem a promover outras vocações que vivam hoje, com a mesma alegria e igual determinação, os desafios do Espírito!… AMEN.

24 de Julho de 2009,

D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu

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