Bento XVI visitou Catedral de Aosta Bento XVI visitou esta Sexta-feira a Catedral de Aosta, para um encontro com cerca de 400 pessoas, entre padres, religiosos, religiosas e leigos da Diocese italiana que acolhe o Papa nas suas férias, de 13 a 29 de Julho.
A bordo de um carro aberto, atravessou o centro da cidade e dirigiu-se para a Catedral, onde presidiu à celebração de Vésperas com representantes das 93 paróquias de Aosta.
Na sua homilia, o Papa falou da "prioridade de Deus", assegurando que esta questão esteve presente na redacção da sua última encíclica.
Bento XVI defendeu que esta prioridade, a "relação fundamental", deve estar presente "na vida pessoal e na vida da história, da sociedade, do mundo".
"Se Deus falta, se está ausente, falta a bússola para encontrar a estrada, a orientação para avançar", disse, pedindo que se leve ao mundo "esta realidade de Deus".
O Papa revelou que conversa sempre com os Bispos da África, Ásia e América Latina sobre as "religiões tradicionais", quando os prelados vão ao Vaticano, e do Deus que parece "ausente da vida quotidiana" e "longínquo".
"A evangelização consiste, efectivamente, em aproximar esse Deus longínquo, em dá-lo a conhecer", indicou.
Bento XVI citou o jesuíta e paleontólogo francês, Pe. Theillard de Chardin, para falar numa "liturgia cósmica" e apelar à transformação do mundo "em adoração a Deus, começando por nós próprios".
A "fome na terra", desde o pão aos sofrimentos da família, foi outro tema abordado, em estilo de oração, com o Papa a pedir a Deus que "sacie realmente a fome de cada ser, a nossa fome de verdade, de amor".
O motivo da visita foi o desejo papal de homenagear Santo Anselmo, filósofo cujo nono centenário de morte se recorda este ano. Nascido em Aosta e naturalizado britânico, o Doutor da Igreja, teólogo e arcebispo de Cantuária era conhecido também como Anselmo di Bec ou Anselmo de Cantuária.
Depois de João Paulo II, numa visita pastoral em 1986, Bento XVI é o segundo Papa a visitar a catedral valdostana.
No último dia 22 de Abril, (data da morte de Santo Anselmo), o Papa enviou uma mensagem aos fiéis de Aosta, na qual definia Santo Anselmo como "uma das personalidades mais luminosas na tradição da Igreja e na própria história do pensamento ocidental europeu, que com a sua obra, contribuiu para fazer da Idade Média uma era ‘pensante' e ‘conscienciosa'".