Condeixa: “Desacatos” levam à suspensão do culto no Santuário do Furadouro

O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, decidiu suspender o culto público no Santuário de Nossa Senhora do Círculo, na paróquia do Furadouro, em Condeixa-a-Nova.

A decisão, segundo um comunicado assinado pelo Vigário Geral, monsenhor Manuel Leal Pedrosa, foi tomada na sequência de "um grave desacato" ocorrido no Santuário a 21 de Junho.

Na altura, ainda de acordo com a diocese, quando os fiéis chegaram ao Santuário, para a celebração eucarística, "encontraram fechados, com grossos arames, os portões do adro do Santuário".

Chamada a GNR para registar a ocorrência, foram abertos os portões, "tendo-se depois verificado que a porta lateral, cuja chave era a única que o pároco possuía, se encontrava trancada por dentro, impossibilitando o acesso à capela", refere a diocese no comunicado. Encontraram também "o chão do alpendre da capela, até ao patamar do altar campal, conspurcado de ovos partidos".

"Este facto deverá ser interpretado à luz do mau relacionamento existente entre a comissão do Santuário e o pároco", refere a Diocese de Coimbra, acrescentando que devido "às relações tensas, a comissão fora convidada a demitir-se" e "embora tenha prometido, nunca o fez".

Por ocasião da última festa na freguesia, a comissão "impediu que a imagem de Nossa Senhora fosse levada da igreja paroquial para o Santuário, acusa ainda a diocese.

Face a esta sequência de factos, o Bispo de Coimbra "decidiu suspender o culto público no Santuário até que se verifique as necessárias condições de segurança, respeito e dignidade, aguardando-se que a comissão cumpra o que prometeu", conclui o comunicado.

O diferendo entre a comissão e o pároco de Furadouro, Padre Amílcar dos Santos Neves arrasta-se há algum tempo, tendo-se agudizado no final de Abril, na altura da secular peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Círculo segundo soube a "Amicor Online".

Entre outras causas, o diferendo envolve uma antena de uma empresa de telecomunicações móveis instalada em terrenos que alegadamente pertencem à Fábrica da Igreja, e cujos termos de cedência à operadora de telecomunicações a comissão da capela pretende que a diocese divulgue.

O contrato com a instalação da antena terá sido efectuado na década de 90. O acordo incluía, como contrapartida, o fornecimento de luz eléctrica à capela de Nossa Senhora do Círculo. Contudo, segundo a comissão, o fornecimento de energia eléctrica à capela foi cortado, sendo reposto apenas na altura da peregrinação.

Uma situação que desagrada à comissão do santuário, que reuniu com os habitantes da freguesia de Furadouro, que também exigem explicações sobre estas questões, lamentando que não tinham sido dadas, quer por parte do pároco, quer pela Diocese de Coimbra.

A Diocese de Coimbra, por sua vez, admite que o contrato para a instalação da antena foi efectuado há muitos anos, mas estava a ser renegociado, de modo a que se obtenham outras contrapartidas para a Igreja, como o eventual pagamento de uma renda mensal.

 

 

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