Soluções globais para o desenvolvimento

Bento XVI lembra cimeira do G8 e deixa apelos à paz nas Honduras e ao respeito pelo Código da Estrada Bento XVI pediu este Domingo, no Vaticano, soluções globais para os problemas que impedem o desenvolvimento em todos os países.

No rescaldo da cimeira do G8, que decorreu na Itália de 8 a 10 de Julho, o Papa disse que os líderes mundiais abordaram ali problemáticas "dramaticamente urgentes".

"Há no mundo desequilíbrios sociais e injustiças estruturas que já não se podem tolerar, que exigem, para além de imperiosas intervenções imediatas, uma estratégia coordenada para procurar soluções globais duradouras", disse diante dos peregrinos reunidos no Vaticano, para a recitação do Angelus.

O Papa indicou que os chefes de Estado e de governo do G8 reafirmaram "a necessidade de chegar a acordos comuns, para assegurar um futuro à humanidade" e que, neste sentido, também a Igreja tem uma palavra a dizer.

"É necessária uma nova planificação económica que redesenhe o desenvolvimento de forma global, baseando-se no alicerce ético da responsabilidade diante de Deus e do ser humano como criatura de Deus", repetiu Bento XVI, citando uma intervenção da passada Quarta-feira, em que comentava a sua nova encíclica, "Caritas in veritate".

Segundo o Papa, "a Igreja não possui soluções técnicas a apresentar, mas, perita em humanidade, oferece a todos o ensinamento da Sagrada Escritura sobre a verdade do homem e anuncia o Evangelho do amor e da justiça".

À imagem do que fez Paulo VI, na Encíclica "Populorum progressio", em 1967, o actual Papa aponta um horizonte mundial para a "questão social":

"Também eu me senti na necessidade de dedicar a «Caritas in veritate» a esta questão, que no nosso tempo se tornou radicalmente uma questão antropológica, no sentido em que implica o próprio modo de conceber o ser humano, que as novas tecnologias colocam cada vez mais nas mãos do próprio homem", precisou.

Bento XVI denunciou "o absolutismo da técnica, que encontra a sua expressão máxima em certas práticas contrárias à vida".

"Os actos que não respeitam a verdadeira dignidade da pessoa, mesmo quando parecem motivados por uma opção de amor, são fruto de uma concepção material e mecanicista da vida humana que reduz o amor sem verdade a um espaço vazio a preencher arbitrariamente, com efeitos negativos para o desenvolvimento humano integral", alertou.

Para o Papa, "apesar da complexidade da situação que o mundo atravessa, a Igreja encara o futuro com esperança e recorda aos cristãos que o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento".

Apelos

Após o Angelus, o Papa disse seguir com "viva preocupação" os acontecimentos nas Honduras, pedindo que o país siga "pacientemente o caminho do diálogo, da compreensão recíproca e da reconciliação".

Bento XVI aproveitou a ocasião para anunciar que, a partir de Segunda-feira, passará um "breve período de repouso na montanha", mais precisamente na localidade de Les Combes, em Vale de Aosta (Alpes italianos), já frequentada pelo seu predecessor, João Paulo II.

A propósito das férias, o Papa alemão quis "recordar mais uma vez o dever de prudência para todos os que conduzem", pedindo o "respeito pelas normas do Código da Estrada".

"Umas boas férias começam precisamente por aqui", realçou.

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