Obras no museu de arte sacra da catedral de Viseu

O museu de arte sacra da catedral de Viseu vai receber obras de melhoramento, orçadas em 50 mil euros, no âmbito de um projecto de recuperação urbana apoiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Ao abrigo de um protocolo celebrado esta Quinta-feira, o cabido da catedral recebeu da Câmara de Viseu um apoio financeiro de 7500 euros que permite ao museu estar aberto e ter uma funcionária.

No entanto, além das dificuldades financeiras sentidas há vários anos e que só ainda não levaram ao seu encerramento devido ao apoio da autarquia, o museu tem também problemas no que respeita aos espaços de exposição, como explicou o cónego José Vieira.

O cónego lembrou que, apesar da riqueza do património e de o museu ter reaberto em 2002 após obras de beneficiação, "tudo vai envelhecendo e hoje reconhece-se que é necessário dar uma volta ao museu".

Para já, as obras previstas no projecto "não são de fundo" – até porque o museu está integrado na catedral, que não é da Igreja, mas do Estado -, "são mais obras de cosmética", explicou.

O responsável pelo tesouro-museu da catedral será colocada sinalética no exterior do museu e, no interior, alterada a iluminação e o mobiliário. Será também feito um trabalho de informatização e de inventariação do espólio.

No entanto, de futuro, o responsável gostaria de poder ir mais além, nomeadamente em termos de acessibilidades, já que actualmente os visitantes são obrigados a subir cerca de 40 degraus para aceder ao museu.

"Precisamos de um elevador, mas isso já implica obras estruturais", referiu.

O museu debate-se também com falta de espaço o que, segundo o Cón. José Vieira, leva a que muitas das peças não estejam expostas, como "conjuntos de paramentos riquíssimos, que estão fechados num armário".

"Ao lado há uma casa paroquial, que queríamos que fosse recuperada e alargaríamos para lá o museu", avançou.

O Tesouro-Museu da Catedral foi criado em 1932 e tem entre as suas "jóias" uma custódia gótica de 1533, que pertenceu ao bispo D. Miguel da Silva e é uma das peças mais valiosas da arte sacra portuguesa, que se presume ter sido feita pelo dramaturgo Gil Vicente.

Dois cofres-relicários de Limoges, do século XII, peças únicas em Portugal e que chegaram a estar roubados durante dois anos, tendo depois sido descobertos pelas autoridades internacionais numa colecção particular de Milão, são outros destaques do museu.

Redacção/Lusa

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