Papa vai inaugurar restauro da Capela Paulina do Vaticano

A intervenção, que durou seis anos, limpou os dois últimos frescos de Miguel Ângelo  

Bento XVI presidirá no dia 4 de Julho à inauguração do restauro da Capela Paulina do Vaticano, informou a agência ACI.

Os detalhes sobre os trabalhos de renovação, que excederam o tempo inicialmente previsto, serão anunciados numa conferência de imprensa que decorrerá a 30 de Junho, na Sala Régia do Palácio Apostólico Vaticano. No encontro com os meios de comunicação social, intervirão, entre outros responsáveis, o Cardeal Giovanni Lajolo, Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, e Antonio Paolucci, Director dos Museus do Vaticano.

A capela, cujo nome tem origem em Paulo III, papa entre 1534 e 1549, inclui os dois últimos frescos pintados por Miguel Ângelo, aos 76 anos: a conversão de S. Paulo e a crucificação de S. Pedro.

As modificações introduzidas no espaço litúrgico por Paulo VI, a seguir ao Concílio Vaticano II, serão quase todas revertidas, fazendo com que a maior parte das peças da capela regresse ao seu lugar original; uma das excepções será o altar em mármore, cuja colocação possibilitará a celebração da missa com o presidente voltado para o povo ou para a cruz.

Num artigo publicado no «Osservatore Romano», Antonio Paolucci escreveu que o restauro, iniciado em 2003, revelou que o esquema das cores utilizado por Miguel Ângelo é semelhante ao que foi aplicado na obra "Juízo Final", da Capela Sistina.

"Libertados da cobertura escura e oleosa que os sufocava e obscurecia, os frescos de Miguel Ângelo reemergiram com a sua coerência figurativa e verdade cromática", referiu Paolucci. No entanto esta recuperação não teve como finalidade devolver o esplendor original dos frescos, mas promover a sua preservação e torná-los mais agradáveis ao olhar.

Com capacidade para cerca de 100 pessoas, a Capela Paulina foi entre 1979 e 1982 o local escolhido por João Paulo II para os baptizados; a celebração anual mudou para a Capela Sistina em 1983, ano em que aumentou o número de catecúmenos baptizados pelo pontífice.

As regras para o conclave que elege o papa determinam que os cardeais se juntem na Capela Paulina para o voto de segredo, antes de se dirigirem, em procissão, para a Capela Sistina. Esta regra não pôde ser cumprida em 2005, ano da eleição de Bento XVI, devido às obras de restauro.

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