D. Manuel Pelino admite que actual ambiente cultural não favorece estilo de vida dos sacerdotes D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém, defendeu esta Sexta-feira que o Ano Sacerdotal deve "aprofundar em todos nós o apreço e encanto pelo sacerdócio de modo levar-nos ao exercício feliz do ministério ordenado".
Na celebração que inaugurou esta iniciativa, convocada por Bento XVI para toda a Igreja, o prelado admitiu que "actualmente, experimenta-se, por vezes, algum cansaço e desencanto na vida dos sacerdotes".
"Diminuem os pastores e aumentam as tarefas pastorais. Os padres, (como o bispo), andam com pressa, dispersão, impaciência, desatenção; esta falta de boa disposição impede o acolhimento e a afabilidade, a alegria e a paz que deviam transparecer no nosso ministério", referiu na homilia da celebração.
Para D. Manuel Pelino, o actual ambiente cultural "não favorece o estilo de vida evangélico do sacerdote".
"Privilegia-se a fachada exterior, enquanto a riqueza do sacerdócio está no interior do coração, na espiritualidade. No século conta a imagem do sucesso ou do êxito visível, ao passo que o evangelho nos recomenda semear e confiar nas potencialidades da semente que cresce dia e noite pela força divina sem sabermos nem vermos como", indicou.
O Bispo de Santarém sublinha que "neste contexto cultural de leveza, de superficialidade, de banalidades, notamos como a proposta do evangelho é de outra ordem, reveste-se de uma sabedoria do alto e não segue os critérios terrenos".
"Como podemos na cultura que vive do exterior e com a nossa fragilidade anunciar o que não dá nas vistas nem atrai? Necessitamos de uma grande dose de convicção, de força interior, de confiança e de entusiasmo", prosseguiu.
O prelado acrescentou que "precisamos de acreditar convictamente no que fazemos e amar firmemente as realidades em que acreditamos".
Este responsável considera que outro "caminho importante" a percorrer no Ano Sacerdotal é promover as vocações para o sacerdócio.
"Os padres devem sentir que faz parte da sua missão estar atentos e fazer chegar, aos que mostram sinais de vocação, o convite do Senhor para se consagrarem ao serviço do reino de Deus. Pela proximidade, pelo exemplo cativante e pelo desafio pessoal", observou.