Bento XVI defende inculturação do Evangelho

Papa diz que cada povo deve exprimir-se com a linguagem que lhe é própria  

Bento XVI defendeu no Vaticano a importância da "inculturação", lembrando os exemplos dos Santos Cirilo e Metódio, nascidos nos inícios de século IX, que desempenharam uma "missão excepcional" entre os povos eslavos.

Perante mais de 30 mil peregrinos, reunidos na Praça de São Pedro, o Papa disse que estas figuras são um "exemplo clássico" dessa inculturação e que "cada povo deve introduzir na sua cultura a mensagem revelada e exprimi-la com a linguagem que lhe é própria".

Na audiência geral desta semana, Bento XVI lembrou que Cirilo aprendeu dos escritos de São Gregório de Nazianzo o valor da língua na transmissão da Revelação divina. "Colocar a fé na cultura das pessoas requer um trabalho de tradução muito exigente, requer a identificação de termos adequados, com o cuidado para não trair a riqueza da palavra relevada", explicou.

Cirilo e Metódio traduziram a liturgia para as línguas eslavas e fizeram, nessas línguas, uma recolha dos dogmas cristãos. Sentiu-se assim a exigência de novos sinais gráficos mais fiéis à língua falada, o que deu lugar ao nascimento do chamado alfabeto cirílico, em honra do seu inspirador.

João Paulo II proclamou São Cirilo e São Metódio co-padroeiros da Europa, juntamente com São Bento.

Como habitualmente, o encontro incluiu uma "saudação aos peregrinos de língua portuguesa, em especial ao grupo do Brasil e aos paroquianos de Évora". "Possa a Boa Nova de Jesus ser traduzida na vossa disposição de servir os outros com generosidade e alegria. Obrigado pelo carinho com que me acompanhais na minha missão de sucessor de Pedro", disse o Papa.

No final da audiência, Bento XVI lembrou que na próxima Sexta-feira, festa do Coração de Jesus, tem início o Ano Sacerdotal, por ocasião do 150.° aniversário da morte do Santo Cura d'Ars.

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