D. José Policarpo apresenta Ano Sacerdotal

Cardeal Patriarca aponta dois perigos a evitar: considerar que os padres sejam um grupo à parte e diluir a sua identidade numa pretensa valorização do sacerdócio dos fiéis  

 

O Cardeal Patriarca de Lisboa dará início ao Ano Sacerdotal, convocado pelo Papa, com uma missa na Basílica da Estrela, no próximo dia 19 de Junho, Sexta-feira, às 19 horas. Para essa celebração estão convocados o clero e todos os católicos da cidade.

Para assinalar o significado e a importância deste novo Ano Jubilar e apresentar as suas linhas programáticas, D. José Policarpo dirigiu uma carta aos párocos e comunidades da diocese.

A missiva começa por recordar alguns trechos da mensagem que Bento XVI endereçou à Assembleia Plenária da Congregação para o Clero, em 16 de Março último, referindo nomeadamente que é necessário "tomar consciência da exigência de perfeição espiritual e moral que brota do ministério sacerdotal".

Para o Cardeal Patriarca, o Ano Sacerdotal é "um convite para aprofundar o mistério da Igreja que somos" mediante a compreensão da identidade específica dos bispos, sacerdotes, religiosos e leigos e das relações que estabelecem entre si.

Neste sentido, D. José Policarpo não quer que a diocese considere que os sacerdotes sejam considerados "um grupo à parte": "Tudo o que fizermos para descobrir o mistério do sacerdócio apostólico e merecer a santidade dos nossos sacerdotes, devemos fazê-lo em Igreja e com a Igreja.".

Por outro lado, é necessário evitar o extremo oposto de "diluir a especificidade do sacerdócio apostólico na pretensa valorização do sacerdócio comum de todos os fiéis". A carta retoma uma das preocupações do Papa, referindo que as estruturas da Igreja não devem ser pensadas "para uma época em que se deveria «renunciar» ao ministério ordenado, partindo de uma interpretação errónea da justa promoção dos leigos", dado que esta opção poderá implicar uma "diluição do sacerdócio ministerial".

Ainda que o programa para o Ano Sacerdotal esteja a ser preparado por uma equipa nomeada para o efeito, D. José Policarpo apresenta "algumas intuições pessoais" que deverão ser incluídas nas actividades que mais tarde serão tornadas públicas.

A primeira medida enunciada na carta consiste em acentuar "a verdade, qualidade e densidade" da missa. Em complemento a esta prioridade, a diocese deverá reestruturar a prática da adoração eucarística ininterrupta. O Cardeal Patriarca deseja que as comunidades adiram a esta forma de oração, contribuindo assim para a escuta melhor da palavra bíblica.

Intensificar a experiência de oração dos padres, promover nos movimentos laicais a descoberta do sacerdócio como uma dádiva de Deus, propor momentos de aprofundamento teológico e espiritual dirigidos a todos os membros da Igreja, realizar actividades específicas para crianças e jovens e dinamizar a Pastoral Vocacional são algumas das dimensões que D. José Policarpo pretende ver concretizadas.

O tema do Ano Sacerdotal é "Fidelidade de Cristo. Fidelidade do sacerdote" e o seu objectivo é "ajudar a perceber cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea".

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