Com o frio do Inverno e o colorido das luzes o ambiente natalício convida-nos a “a reconhecer a vida como uma permanente festa” – refere D. Jorge Ortiga, Bispo de Braga, na mensagem de Natal. Também no quotidiano da existência humana “acontecem realidades que podem dar um sentido diferente ao que parece dramático e incompreensível. Há sempre sinais que podem tornar-se luzes a indicar o caminho para que a felicidade se realize em todas as vidas.” Como o Ano de 2003 foi considerado o Ano Europeu da pessoa com deficiência, o arcebispo de Braga sublinha que “as declarações dos «anos» ou «dias» podem tornar-se meras formalidades geradoras de acções de circunstância. Fala-se e regressa-se à situação do passado sem provocar alteração de comportamentos.” Por isso – analisa o prelado de Braga – neste Natal “olhemos as pessoas com deficiência, sem paternalismos mas com realismo e eficácia, sabendo extrair as consequências capazes de lhes garantir melhor qualidade de vida”. Urge dar “guarida e expressar ternura. Ninguém se pode sentir marginalizado ou descriminado” – escreveu na sua mensagem de Natal. A quadra natalícia é propícia “ao exame de consciência sobre as atitudes diárias”. E continua: “colocar-se perante um projecto demasiado ambicioso pode ser infrutífero. Vale mais um compromisso concreto. O desafio para os cristãos e comunidades cristãs está em acolher toda e qualquer pessoa deficiente, “encontrar lugar” para eles e criar todas as condições – humanas e materiais – de acesso a uma vida humana a todos.” E deixa conselhos aos cristãos bracarenses: “deixemos a preocupação exagerada pelo material e reconheçamos que o Natal acontece no relacionamento que somos capazes de proporcionar a todos os seres humanos”.
