Sustentabilidade das IPSS

Pe. Lino Maia defende independência das instituições para «manter identidade e valores» e maior cooperação com o Estado O Pe. Lino Maia, defende que as instituições particulares de solidariedade social – IPSS devem ser conduzidas por uma gestão "independente" para que não percam os seus "valores" e a sua "identidade".

"A sustentabilidade das IPSS obriga a uma gestão, estratégica e operacional, eficiente e participada, de todos os recursos disponíveis, sem perderem a autonomia, fazendo valer e defendendo a sua identidade, num quadro de valores", defendia o Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade no final do Conselho Geral extraordinário desta Confederação.

A sustentabilidade financeira das instituições está dependente da "percentagem das comparticipações da Segurança Social", por via de acordos de cooperação, que "fica bastante aquém do custo real das respostas sociais".

Informa o presidente da CNIS que, em média, as comparticipações cobrem cerca de 42% do custo real das respostas sociais. "Esta situação obriga as instituições a encontrar fontes alternativas de financiamento, já que é impensável que os utentes e/ou famílias possam assumir 58% dos custos".

"As Direcções das IPSS não se podem «esgotar» nesta busca constante dos meios necessários, não porque esteja em causa a sobrevivência das Instituições, mas porque está em causa a sobrevivência das respostas sociais", sublinha.

O Pe. Lino Maia defende que as IPSS "sempre terão de encontrar fontes de financiamento alternativas". A sua origem assenta na sociedade "e dela são próximas", Por isso "têm a legitimidade, até obrigatoriedade, de, com flexibilidade, agir" a tempo.

"O tempo que não se compadece com as práticas complexas e burocráticas dos acordos de cooperação. As IPSS têm consciência que perante necessidades infinitas, têm que gerir recursos finitos".

O Conselho geral pediu uma visão mais centrada na "rentabilidade social e não na rentabilidade financeira" e um "relacionamento complementar" com o Estado "na solução para os problemas sociais, criando sinergias que beneficiem ambas as partes".

Os excedentes devem "reforçar a sustentabilidade e a continuidade da solidariedade praticada pelas IPSS". Defende o Conselho geral que "haver excedentes não é problema, a questão está naquilo que se faz com eles".

A Economia Social representa 10% do conjunto das empresas europeias, ou seja 2 milhões de empresas, gerando 6% do emprego total. "Dispõe de um elevado potencial para gerar e manter empregos estáveis, principalmente porque estas actividades, pela sua própria natureza, não são susceptíveis de serem deslocalizadas". O Conselho geral da CNIS chama a atenção que esta abordagem "integra os objectivos da Estratégia de Lisboa, considerando que a maior parte dos problemas sociais deve ser abordada através de soluções locais imperando: coordenação, eficiência e cooperação".

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