Informação da Igreja na rede

Profissionais da família ECCLESIA falam da importância do tema escolhido por Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais  As novas redes digitais estão no centro da mensagem de Bento XVI para o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Uma mensagem positiva que lança um olhar sobre o que estas redes potenciam nas áreas da “solidariedade humana, da paz e justiça, dos direitos humanos e do respeito pela vida e do bem da criação”, escreve o Papa.

O programa Ecclesia quis perceber de que forma estas redes mudaram o trabalho da comunicação social e dos jornalistas e a forma como a Igreja Católica adequa a sua mensagem.

Bento XVI, na mensagem «Novas Tecnologias, Novas Relações», dirige-se às “gerações digitais”, “que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação”, e pede-lhes a tarefa da “evangelização deste «continente digital»”.

O chefe de redacção da Agência ECCLESIA, Octávio Carmo, afirma que “sendo naturais para algumas pessoas, na medida em que já fazem parte das suas vidas, as redes sociais têm também de ser naturais para quem comunica na Igreja”. Os novos meios que vão surgindo terão de ser “trabalhados e descobertos”, assinala. “Quanto às que já estão consagradas e fazem parte do dia-a-dia, não me parece viável que haja alguém na Igreja que se queira colocar à margem deste processo”.

O Papa escreve que as novas tecnologias e as novas relações que daqui nascem “abriram a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões. A nova arena digital, o chamado «cyberspace», permite encontrar e conhecer os valores e as tradições alheias”.

Paulo Rocha, editor executivo do Programa Ecclesia e director da Agência Ecclesia assinala a surpresa que a mensagem de Bento XVI causou entre muitos públicos, “mesmo os que estão dentro da área”.

“Estamos diante de uma nova cultura, que as novas tecnologias geraram e potenciam cada vez mais, por onde os conteúdos têm obrigatoriamente de passar”, explica.

Octávio Carmo assume a presença nas redes sociais como um dever. O facto de o trabalho ser centrado na Internet, implica uma “responsabilidade de chamar quem está menos habituado a estes instrumentos, de forma especial dentro da Igreja, para o facto de novas linguagens estarem a ser desenvolvidas”.

“Se num primeiro momento podem parecer uma brincadeira, conduzem a uma mudança as formas de relacionamento”, adverte. Octávio Carmo afirma que o facto de Bento XVI centrar a mensagem mundial nas redes sociais “é um sinal claro que a Igreja está atenta à Internet, mas também ao que nasce a partir da Internet”.

 

Mudança de rotinas

Paulo Rocha evidencia que a comunicação actual passa pelas redes sociais. “Pode parecer insignificante. A presença não se mede nas audiências, mas, a curto prazo, vão sentir-se os efeitos, da presença ou ausência, dos conteúdos na Internet”.

A agência Ecclesia e o Programa Ecclesia são a imagem dessa presença. Dois espaços onde a informação da Igreja Católica é utilizada com o recurso a todos os meios audiovisuais e onde, os profissionais assinalam as mudanças.

Imelda Monteiro, jornalista do Programa Ecclesia, recorda que há 12 anos quando o projecto Ecclesia se estreou na televisão as fontes de informação eram mais limitadas. “Existe hoje um leque diverso de informação que chega diariamente”. As possibilidade de investigação são maiores “porque dispomos de ferramentas, em especial a Internet, que permite num curto espaço de tempo aceder a muita informação, com reflexo na qualidade do trabalho”.

Também Henrique Matos recorda o tempo em que folheavam jornais regionais “à procura de informação original com o objectivo de descobrir a notícia”. Com a Internet, este jornalista do Programa afirma que se “chega a todo o lado, a todos os movimentos que, através da sua página, nos permite estar próximo das realidades que acontecem”.

Fátima Ferreira, jornalista do Programa, utiliza as pesquisas do Google para “tirar dúvidas”. Rotinas pessoais que se estendem do mundo laboral ao pessoal. Um dever profissional e de cidadania assumido por Lígia Silveira, jornalista da Agência.

Márcia Carvalho, indica que o recurso a novas formas de comunicação permite conhecer melhor “o outro lado de pessoas com quem contactamos”. O email revolucionou os métodos de trabalho. “Já não sei como trabalhávamos antes do correio electrónico”. A título pessoal, assinala a experiência “muito interessante” de alimentar um blogue.

 

Vantagens na utilização

As vantagens das novas tecnologias são apontadas pelo Papa que as apelida de “verdadeiro dom para a humanidade”. Henrique Matos aponta o “profissionalismo” que o meio exige para que a mensagem a transmitir “mostra uma realidade mais profunda e até mais importante, que é uma Igreja que pulsa e que mostra a vida de tanta gente”. Mas a sua utilização deve ter em conta “os públicos a que se destina”, pois “não devemos cair na tentação ou na preguiça de despejar tudo o que temos noutros ambientes”.

Este jornalista do Programa Ecclesia afirma que “sem deslumbramento, devemos saber utilizar muito bem as potencialidades, procurando dar-lhe conteúdo”.

A utilização das redes sociais pede uma responsabilidade acrescida. O Papa deixa também o apelo, aos que operam no sector da produção e difusão de conteúdos dos novos «media» – “o continente digital”, à obrigatoriedade “do respeito da dignidade e do valor da pessoa humana”.

Manuel Costa, programador da Agência Ecclesia, explica que a Internet se multiplica. “Mas há que ir mais além do que reproduzir o que já se foi escrevendo” publicando informação atraente através de imagem, som e texto, “numa exploração de ferramentas multimédia”, sem perder a qualidade nas informações.

Octávio Carmo assume um “maior peso, proporcional às muitas propostas, que se devem distinguir pela qualidade que têm”.

Se forem medianas e iguais, as pessoas “cansam-se”, sabendo à partida que os locais onde encontrar respostas são muitos. “Mas se as pessoas se habituaram, a fazer da Agência Ecclesia um local onde vão procurar informação isso deve-se a determinadas características”. Uma agência de notícias deve pautar-se por “qualidade e seriedade”, assinala o chefe de redacção.

Estas são também duas características que a Igreja Católica quer para comunicar. Para que isso aconteça, há adaptações que são obrigatórias. “Não basta que um responsável peça um tempo de antena, promova uma conferência de imprensa ou dê uma entrevista, esperando resultados”. Paulo Rocha explica que a Igreja tem de estar permanentemente em comunicação para que, o receptor possa utilizar esse conteúdo. “Esta adaptação é preciso fazer-se”.

Esta nova cultura é incompatível com ausências ou silêncios que constituem novas oportunidades de comunicação. A Igreja não pode ser acusada de ausência, numa aposta que já fez, com ênfase no profissionalismo e na actualidade da sua mensagem. Um caminho que enquanto instituição tem obstáculos mas que a Igreja e os seus comunicadores estão apostados em percorrer com sucesso.

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