Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral social defende aumento de «respostas prontas para as necessidades novas» Pela voz de D. Carlos Azevedo, e no seguimento dos vários apelos lançados pela Igreja Católica em Portugal e no mundo, este Domingo em Fátima todos os cristãos foram exortados a continuar a praticar acções de solidariedade e caridade para com os mais necessitados. “O destino universal dos bens temporais atinge ainda uma faixa enorme de situações angustiantes, de graves necessidades. O pleno remédio para tanta indigência humana só acontece pela caridade social, admirável terreno no qual trabalhais, caríssimos vincentinos e vicentinas. Aqui vai-se além da função social da propriedade. O convívio social pede uma intervenção complementar insubstituível. A caridade social completa o trabalho que a justiça social é chamada a desenvolver na reforma da economia”, afirmou D. Carlos Azevedo dirigindo-se em especial à Sociedade S. Vicente de Paulo, que se encontrava em peregrinação nacional a Fátima durante este fim-de-semana. A todos os cristãos exortou: “aumentemos as respostas prontas para as necessidades novas e veremos entrar-nos nas comunidade os que andam à procura de sinais de comunhão de um Deus cheio de misericórdia, que muito nos ama”. O Bispo Auxiliar de Lisboa lançou também um apelo concreto aos empresários e aos trabalhadores cristãos, para que actuem de forma a manter e, se possível, a criar emprego. “Hoje, meus caros, um bem a repartir é o trabalho. Os empresários cristãos são chamados a manter e, se possível, a criar emprego, dentro da viabilidade realista e cedendo a lucros desmedidos. Quem tem multi-emprego deve repartir, renunciando também ao nível de vida a que se habituou. Impõe-se a redução dos absorventes conselhos de administração que desnecessariamente sugam rendimentos. Convém que demos conta de que o emprego nunca mais vai ser como antigamente. Não são necessárias tantas pessoas, em virtude do desenvolvimento tecnológico e da globalização da produção”, disse reafirmando por isso a necessidade de uma opção “pela austeridade e simplicidade de vida”. “Importa reinventar a solidariedade”, concluiu. Sobre o papel do Estado, D. Carlos Azevedo reafirmou que “o Estado é chamado a intervir para harmonizar a propriedade privada com as exigências do bem comum, sem arbitrariedades e conivências. Ao Estado compete regular, vigiar e fomentar a propriedade privada em ordem a garantir o bem comum”. Para além do grupo de três mil vicentinos em peregrinação a Fátima, anunciaram-se como participantes nesta Eucaristia internacional, celebrada no Recinto de Oração do Santuário de Fátima, 13 outros grupos organizados, nomeadamente, sete de Espanha, cinco de Portugal e um de diferentes países (Capítulo Geral Carmelitas Descalços). Leopoldina Simões Notícias relacionadas • Homilia de D. Carlos Azevedo na peregrinação nacional da Sociedade de São Vicente de Paulo a Fátima