Em Angola, como em casa

“O Papa entrou na multidão e a multidão entrou no coração do Papa”. Foi assim que o Cón. António Rego, que acompanhou a visita de Bento XVI a Angola, sintetizou o ambiente que se viveu nestes dias da segunda viagem de um Papa ao país angolano. Em declarações à Agência ECCLESIA, o director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais diz que se sentiu “essa simbiose, essa sinergia”, nas celebrações, nos testemunhos que eram dados e nos encontros com os jovens, os Bispos, as mulheres, os leigos. “Isto não foi apenas uma voz que veio de Roma pregar a um povo, é o povo que está aqui que fala também ao Bispo de Roma e a toda a Igreja”, acrescentou, considerando todo o ambiente como “fantástico”. O Cón. Rego recorda que a viagem de João Paulo II, em 1992, decorrera ainda sob o signo da guerra, ao contrário do que agora aconteceu, “num clima de paz” e “numa euforia espantosa” com gente de toda Angola. Quanto à mensagem que Bento XVI levou até Luanda, o director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais fala em quatro palavras-chave: “Vida, a que apelou e o povo respondeu, não vista de forma moralista ou parcelar, mas na sua plenitude”. “Em segundo lugar a liberdade, incluindo a comunicação social: liberdade para a Igreja se expressar, liberdade para o povo se manifestar e escolher os seus caminhos, liberdade para os jovens”, acrescentou. A terceira palavra é o “pão, como uma urgência muito grande, pela pobreza que ainda existe e a que se deve responder com a solidariedade, trabalho, com a criação de meios”. Finalmente, como dizia o Papa no Domingo, “ele veio celebrar um grande dia de reconciliação nacional, de paz, depois de muitos anos de guerra”. “A reconciliação não está completamente feita e os perigos não estão completamente irradiados”, prossegue. Para o Cón. Rego, foi o “povo” o grande actor, que “respondeu com vivacidade, alegria e proximidade”, que contagiou o próprio Bento XVI. “Criou-se uma empatia impressionante num homem que não é temperamentalmente exuberante”, constata. Em África, diz o jornalista, o Papa não é um “instrumento ideológico”, mas o “pastor, o que abençoa, o mais velho, o sábio que merece todo o respeito, envolvido profundamente em carinho”. Bento XVI abordou o “todo” da grande ética, sem “qualquer tipo de polémica”, apesar do incidente lamentável que originou a morte de duas jovens em Luanda.

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