Acção solidária da Igreja destacada na Madeira

A acção da Igreja Católica no campo da solidariedade tem sido única ao longo dos séculos e continua a desempenhar um importante papel, adaptando-se às novas realidades, “revendo, revitalizando e actualizando o sentido da missão”, salientou D. António Carrilho na abertura do Seminário da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)/Madeira, realizado ontem na Escola da APEL para a entrega de diplomas. Além disso, na actual conjuntura de “crise”, as “instituições privadas, em conjunto com os poderes políticos, muito poderão contribuir para promover a coesão social, para enfrentar com determinação a pobreza e a exclusão social, para atender e colaborar na resolução das problemáticas emergentes”, conforme referiu. Na sua mensagem, apresentada ontem na sessão de abertura no Seminário das IPSS, o Bispo do Funchal começou por lembrar a identidade evangélica das actividades solidárias ligadas à Igreja, caracterizadas pela permanente adaptação aos contextos sociais. “Ninguém esquecerá, certamente, a mensagem do Bom Samaritano: ‘Vai e faz como ele’; e as obras do amor-caridade, referidas no cap. 25 do Evangelho de São Mateus, como caminho para a participação na glória de Deus: “Vinde, benditos de Meu Pai, recebei em herança o Reino que vos está preparado (…). Tudo o que fizestes a um destes Meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes” (34 e 40)”, sublinhou. D. António Carrilho considerou que “para a acção da Igreja sempre foi importante e, hoje, talvez mais do que nunca, saber rever, revitalizar e actualizar o sentido da missão, da natureza, dos objectivos e da própria organização das instituições, tendo em conta a Doutrina Social da Igreja e a realidade sócio-cultural concreta, em que tais instituições se inserem”. O Bispo do Funchal alertou ainda para a necessidade de “salvaguardar sempre, como orientação e exigência comum, promover a dignidade da pessoa humana, o homem todo e todos os homens, como bem nos recordam recentes documentos dos Papas. A acção social de hoje reclama uma clara atenção às pessoas em concreto, nas diversas dimensões que caracterizam uma vida verdadeiramente humana”, acrescentou. Públicos e privados Para fazer face às situações que hoje reclamam soluções urgentes, como a “pobreza e a exclusão social”; D. António Carrilho defende a cooperação conjunta entre instituições públicas e privadas. “O papel das IPSS’s reveste-se de singular importância no contexto da actual crise da humanidade uma crise global e de dimensões talvez ainda não determinadas. É global e terá de ser enfrentada, conjuntamente, pelos poderes públicos, nas suas responsabilidades específicas, mas em corresponsabilidade e com a participação das instituições privadas. Estas muito poderão contribuir para promover a coesão social, para enfrentar com determinação a pobreza e a exclusão social, para atender e colaborar na resolução das problemáticas emergentes. Tais objectivos, porém, apontam necessariamente para que as instituições se associem e procurem conjugar os seus esforços, para enfrentarem, em conjunto, as problemáticas que lhes são comuns. Apontam, igualmente, para a necessidade de implementar parcerias com as entidades públicas, no respeito pelos princípios da autonomia, proximidade, solidariedade, dedicação e voluntariado, de que as Instituições Particulares não podem prescindir, para um trabalho de articulação e convergência, e que possa contar com uma colaboração alargada e reconhecida, por parte de gente generosa, dedicada e preparada”, apontou. A sessão de ontem das IPSS / Madeira contou ainda com uma conferência proferida pelo padre José Maia, antigo presidente da Confederação nacional das Instituições de Solidariedade(CNIS), em que se destacou, entre outros aspectos, a identidade autonómica e independente das IPSS. Hoje, “há uma tendência para o Estado fazer tudo no sector solidário”, mas há que “perceber” que as demais “instituições também têm o seu papel específico”, disse à comunicação social. É preciso entender que “há um tempo novo e há que enfrentar as novas realidades com qualidade e inovação”, indicou aquele sacerdote. No decorrer daquele Seminário foram também empossados os novos corpos sociais da União das IPSS /Madeira para 2009/2012, continuando na direcção o Pe. Francisco Caldeira.

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