Papa diz que a SIDA não se combate com preservativos

Bento XVI acredita que a Igreja pode ajudar a dar resposta aos problemas crónicos do continente africano Bento XVI defendeu esta Terça-feira, a bordo do avião que o leva até os Camarões, que o problema da SIDA não se pode “superar” só com dinheiro e recurso à distribuição de preservativos. Na conferência de imprensa que decorreu no voo papal, com destino a Yaoundé, o Papa assinalou que a distribuição de preservativos “aumenta” o problema da difusão do HIV, propondo antes uma renovação “espiritual e humana”. A Igreja ensina a “humanização da sexualidade” e a responsabilidade sexual, apontou. Lembrando os muitos programas da Igreja que ajudam as vítimas da SIDA, o Papa pediu “amizade para com quem sofre”. Na Missa do próximo dia 19, em Yaoundé, irá rezar-se pelas “populações ameaçadas por calamidades como a SIDA”, incluída numa lista que passa pelas guerras, a crise económica ou a imigração clandestina. Para o Papa, a Igreja pode ajudar a dar resposta aos problemas crónicos do continente africano, como a pobreza, a SIDA ou o tribalismo. Bento XVI adiantou ainda que pretende apelar à “solidariedade internacional” com África no contexto da actual crise económica, ressalvando que a Igreja não propõe soluções económicas específicas, mas pode dar sugestões “espirituais e morais”. Atribuindo a actual situação económica a um “défice de ética nas estruturas económicas”, o Papa disse que é “aqui que a Igreja pode dar o seu contributo”. O Papa abordou ainda a problemática das seitas em África, frisando que as mesmas prometem prosperidade, mas não resolvem os problemas. Por isso, assinalou, os africanos sentem-se mais atraídos pelo Cristianismo, que apresenta um Deus que é homem, que sofre com os seres humanos e está mais próximo deles. A consciência de pertencer a uma grande família católica, por outro lado, ajuda a superar o tribalismo no Continente, disse o Papa. Para Bento XVI, África não tem só problemas, mas apresenta muitos sinais de esperança, como reformas políticas e novos esforços contra a corrupção. Quanto à relação com os muçulmanos, o Papa considera que a situação é, de forma geral, satisfatória, apesar dos problemas que ocasionalmente possam surgir. “O respeito mútuo está a crescer, bem como a cooperação e a responsabilidade ética comum”, observou. Bento XVI respondeu a seis perguntas dos jornalistas que o acompanham nesta viagem de sete dias, com escalas em Yaoundé (Camarões) e Luanda. A pergunta inicial dizia respeito ao que alguns jornais classificaram como “solidão” do Papa a respeito da recente polémica da remissão da excomunhão a quatro bispos da Fraternidade São Pio X. “Tenho de me rir um bocado a respeito deste mito da minha solidão. Não me sinto só, de forma nenhuma. Estou verdadeiramente rodeado por amigos, colaboradores próximos, bispos e leigos”, disse. Notícias relacionadas • Igreja e SIDA em África

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