Conferências Quaresmais nas paróquias da cidade da Guarda

As paróquias da cidade da Guarda (Sé, São Vicente e São Miguel) deram início, no dia 4 de Março, a uma série de Conferências Quaresmais. A iniciativa tem como finalidade ajudar a viver, de modo mais intenso e cristão, o tempo da Quaresma. Este ano o tema central das conferências é a figura de S. Paulo. A primeira conferência teve como tema “As Comunidades Cristãs em S. Paulo” e foi orientada pelo Padre Alfredo Pinheiro Neves, Vice-Reitor do Seminário do Fundão. Começou por estabelecer uma distinção entre as comunidades cristãs antes e depois de S. Paulo. Não encontramos em S. Paulo uma eclesiologia tal qual a concebemos hoje, mas há uma realidade que está clara no ministério apostólico de Paulo: Igreja é sinal de comunidade. Sublinhou o papel preponderante da comunidade cristã de Jerusalém na vida dos primeiros cristãos. O domingo era o dia em que aparecia e se manifestava a comunidade cristã em todo o seu esplendor. Foi também realçado o testemunho dos primeiros cristãos que pela sua atitude de amor impressionavam o mundo não crente. Os temas fracturantes transformaram a simpatia em aversão em relação aos cristãos que começaram a ser perseguidos. No entanto as dificuldades e perseguições fizeram com que, sob a acção do Espírito Santo, a união entre os cristãos se fortalecesse cada vez mais. Eram comunidades que por vezes viviam marcadas por alguns defeitos e limitações (divisões, pequenos grupos, etc.). As comunidades cristãs depois de S. Paulo são marcadas pela transformação profunda que se registou na vida do Apóstolo. No início nota-se alguma desconfiança (fora perseguidor) e era tido como traidor por parte de alguns judeus. Paulo transmite o que recebe e nota-se o contributo importante da sua formação anterior recebida na escola de Gamaliel. Paulo inicia uma nova etapa na vida da Igreja: abre-a aos gentios. Eram comunidade que também tinham defeitos (Coríntios, Gálatas). Eram comunidades heterogéneas constituídas por judeus e pagãos, o que muitas vezes complicava as coisas. Destas comunidades nasce uma nova comunidade em torno de Cristo. A generosidade e ministerialidade eram também características das comunidades de Paulo. Há um corte com a Antigo Testamento porque a luz de Cristo ilumina as realidades antigas. Nas cartas do Apóstolo aparecem as várias facetas de Paulo. Paulo é importante para a construção da Igreja do nosso tempo que deve ser Corpo de Cristo, Povo de Deus, templo do Espírito Santo. As comunidades cristãs de Paulo são um imperativo para as nossas comunidades de hoje (união na fé, esperança e caridade) conduzidas sob a acção do Espírito santo e colocam grandes desafios às comunidades de hoje (ser pequeno rebanho, testemunho de amor ao Reino, serviços ministeriais, evangelização, humildade e testemunho de união na fé, marcadas por atitudes de misericórdia com docilidade ao evangelho). As conferências continuaram, esta terça-feira, 10 de Março, na Paróquia de São Miguel, com o tema “São Paulo Missionário para o nosso tempo”, com D. António Couto, Bispo Auxiliar de Lisboa. No dia 18 de Março, Jorge Cunha, Professor da Universidade Católica, falará sobre “A vida Cristã em S. Paulo”. O Padre Vasco Pinto Magalhães estará na Guarda, no dia 25 de Março, para falar sobre “São Paulo para hoje: crise e esperança”. As conferências terminam no dia 1 de Abril, com o tema “Jesus Cristo em São Paulo”, sendo orador D. Anacleto Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa. No âmbito destas conferências, está programado, para o dia 14 de Março, um concerto de oração, na Sé da Guarda, com Claudine Pinheiro.

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