Bispo Richard Williamson pede perdão à Igreja e às vítimas do Holocausto

O bispo britânico Richard Williamson da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, pediu perdão por ter negado o Holocausto. O bispo lefebvriano, recentemente expulso da Argentina por se negar a rever a sua posição sobre o Soah, veio a público pedir perdão, atenuando assim as tensões dentro e fora da Igreja Católica. Numa carta, escrita ao Vaticano e publicada pela Zenit, o Bispo afirma que “o Papa e o meu Superior, D. Bernard Fellay, solicitaram que eu reconsidere as observações que fiz na televisão sueca há quatro meses atrás, pois suas consequências têm sido muito pesadas”. Segundo explica, “observando essas consequências, posso verdadeiramente dizer que lamento ter feito essas observações, e que se eu soubesse de antemão o dano e dor a que elas dariam origem, especialmente para a Igreja, mas também para os sobreviventes e parentes das vítimas da injustiça sob o Terceiro Reich, eu não as teria feito”. O prelado afirma que na televisão sueca limitou-se a dar uma “opinião de uma pessoa que não é um historiador, uma opinião formada há 20 anos com base nas provas disponíveis então, e raramente expressa em público desde então”. Segundo D. Williamson reconhece, “os eventos das últimas semanas e os conselhos de membros da Fraternidade São Pio X” chamaram-lhe a atenção para “a sua responsabilidade por tanto sofrimento causado”. “Para todas as almas que ficaram verdadeiramente escandalizadas com o que eu disse, diante de Deus, peço perdão”, sublinha. A carta termina com D. Williamson a referir que “como o Papa me tem dito, qualquer acto de violência injusta contra um homem fere toda a humanidade”. Um porta-voz da Conferência Episcopal Católica da Inglaterra e país de Gales esclareceu na passad Quarta-feira que D. Williamson, assim como os outros bispos da Fraternidade São Pio X, não estão em comunhão com a Igreja, motivo pelo qual não podem celebrar os sacramentos na Igreja Católica. As declarações negacionistas do bispo Williamson, de 68 anos, provocaram revolta na comunidade judaica em todo o mundo, para além de uma dura reacção por parte da chanceler alemã, Angela Merkel. A Santa Sé, através do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, afirmou que D. Williamson não escreveu nenhuma carta ao Papa ou à Comissão Ecclesia Dei. “Aparentemente, a declaração do bispo não respeita as condições estabelecidas na Nota emitida pela Secretaria de Estado em 4 de Fevereiro passado, que dizia que ele deve distanciar-se publicamente e de modo inequívoco, das suas opiniões relativas ao Holocausto”.

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