Manuel Braga da Cruz sublinha importância da acção de D. António dos Reis Rodrigues para a vida da Igreja e do país O Reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Manuel Braga da Cruz, considera que a Igreja Católica deve sempre recordar o papel de D. António Reis Rodrigues como formador de uma geração de jovens com grande relevância na sociedade portuguesa. “Gostaria de recordar, em primeiro lugar, o papel tão relevante que teve o Senhor D. António como assistente da Juventude Universitária Católica (JUC), numa altura em que ela foi efectivamente um centro de extracção de elites para o país”, refere à Agência ECCLESIA. Este “inestimável contributo” do falecido Bispo, defende Braga da Cruz, ajudou a formar “uma plêiade de notáveis quadros que tiveram um papel muito relevante na vida política, económica, social e cultural do país”. Essas mesmas elites, recorda, “tiveram ocasião de lhe agradecer esse papel, ao longo dos últimos anos”. O Bispo Auxiliar emérito de Lisboa faleceu esta Terça-feira, aos 90 anos de idade. De D. António dos Reis Rodrigues, o actual Reitor da UCP recorda a “invulgar cultura, sensibilidade estética e intelectual”. “Era um Bispo que tinha uma invulgar preparação teológica e cultural para desempenhar essa função e prova disso foi a sua vasta obra, sobretudo livros dedicados à divulgação da Doutrina Social da Igreja”, entre outros, aponta. Para este responsável, estamos na presença de alguém que compreendeu “avant la lettre” o papel dos leigos que “o Concílio havia de consagrar”. Manuel Braga da Cruz lembra também a acção de D. António enquanto -Vigário Castrense e Capelão-Mor das Forças Armadas, “num período particularmente importante, garantindo assistência espiritual e religiosas a soldados envolvidos em três frentes militares nas principais possessões portuguesas ultramarinas”. “Todos nós reconhecemos na sua figura uma referência que deve suscitar não só a nossa admiração, mas também o nosso agradecimento”, acrescenta. O Reitor da UCP destaca ainda a relação do falecido Bispo com a Universidade, à qual ofereceu parte da sua biblioteca pessoal, num “gesto que muito nos tocou”. Noutro plano, Luís Torgal Ferreira, do Conselho de Gerência do Grupo Renascença, destaca a importância que D. António Reis Rodrigues teve na fase mais difícil da Emissora Católica Portuguesa, após o 25 de Abril. “Sempre atento a todos os momentos difíceis que a Rádio Renascença viveu, foi o apoio do senhor Cardeal D. António Ribeiro que muitas vezes nele delegou para ajudar a Renascença a trilhar sem hesitações e sem medo o caminho que a rádio devia cumprir para transmitir a mensagem da Igreja”, refere à RR.