Bento XVI pediu mais atenção aos valores cristãos e humanos, nomeadamente no que diz respeito à família, “coração de qualquer cultura e nação”, ao receber no Vaticano o novo Embaixador da Hungria junto da Santa Sé, János Balassa. O Papa referiu-se à “importância primordial da família para a construção de relações comunitárias pacíficas a todos os níveis”. Perante “medidas sociais e políticas agressivas” em relação à “vital função de coesão” da família, Bento XVI sublinhou ser necessário encontrar modos de “salvaguardar este elemento essencial da nossa sociedade, coração de toda e qualquer cultura e nação”. Recordando os “importantes acontecimentos de 1989, que abriram novos horizontes de esperança para o futuro”, o Papa congratulou-se com os “grandes progressos” alcançados pela Hungria nos últimos 20 anos, “estabelecendo as estruturas de uma sociedade livre e democrática, capaz e desejosa de desempenhar o seu papel numa comunidade mundial cada vez mais globalizada”. “As forças que no mundo moderno governam as questões políticas e económicas precisam de ser correctamente orientadas”, reconheceu Bento XVI, retomando uma observação feita no seu discurso pelo diplomata húngaro. “Por outras palavras, precisam de ser construídas sobre alicerces éticos, dando sempre a prioridade à dignidade e aos direitos da pessoa humana e do bem comum da humanidade”, acrescentou. Neste contexto, o Papa denunciou o “risco de que os valores humanos e cristãos, tão profundamente enraizados na história e na cultura de cada um dos povos europeus”, sejam suplantados por outros, baseados em visões dissonantes do homem e da sua dignidade, “perigosos para o desenvolvimento de uma sociedade verdadeiramente florescente”.