Adorar em todos os momentos da vida

Toda a Igreja foi convidada a celebrar este Ano Paulino. Naturalmente que nós, os Religiosos e Religiosas, estamos convocados a faze-lo de maneira especial, em razão do nosso Ser na mesma Igreja. Tomamos para nós o lema desafiante de Paulo “Para mim viver é Cristo”. È isso que queremos celebrar, justamente, no Dia do Consagrado a 2 de Fevereiro. Nós, Irmãs Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade, estamos particularmente interpeladas, pois vivemos ainda a estreia do nosso recente Capitulo Provincial, no qual, uma vez mais reafirmamos a nossa vontade de seguir Jesus na fidelidade ao nosso carisma fundacional. É por este mesmo Carisma, dado pelo Espírito Santo à nossa fundadora Santa Mª Micaela do Santíssimo Sacramento (cujo Bicentenário do seu nascimento estamos a celebrar), que estamos determinadas a “ a escutar mais e mais o clamor das mulheres em situação de vulnerabilidade e exclusão, procurando novas respostas para as suas necessidades e o seu sofrimento. (Propostas Capitulares). A diário batem à porta das nossas casas, mulheres cada vez mais jovens, e cada vez mais marcadas pela violência nas suas múltiplas faces: psicológica, sexual, física, social, familiar/doméstica, etc. Partindo da filosofia/pedagogia que a nossa fundadora sintetizou dizendo: “devemos adorar não só ao pé do sacrário mas em todos os momentos da vida”…a nossa vida de serviço a Deus na Mulher explorada/violentada que Ele põe aos nossos cuidados, queremos fazer com elas Processos de Libertação do Mal e todos os males que vivem em nós e que, inconscientemente, tantas vezes nos devoram. As mulheres vítimas de exploração sexual, no tráfico de pessoas ou em práticas de prostituição, na violência conjugal ou na exclusão social, exigem-nos ser Comunidades geradoras de Vida, alimentadas na Eucaristia que depois se prolonga fora do templo… E fazemo-lo no “Trabalho de rua” tentando “aproximar-nos” da mulher que sobrevive na berma da estrada…que aluga o seu corpo a outros, também eles empobrecidos interiormente. Fazemo-lo, de igual modo, quando a acolhemos na nossa própria casa, e partilhamos a mesa e o sofá, escutando “gemidos inenarráveis”, pela noite dentro… Fazemo-lo sempre que a nossa vida pomos em risco, para ajudar a “levantar a cabeça e entrar no pais da Vida”, através do testemunho da nossa entrega, de modo discreto mas contundente. Estamos lá, onde a vida da Mulher é tantas vezes desprezada e os seus elementares direitos são atropelados, onde a sua dignidade é amachucada e a sua liberdade agrilhoada. Sintetizando a nosso Ser de Irmãs Adoradoras, consiste em: prostrar-se para adorar e levantar-se para servir. Ir. Maria Júlia Bacelar

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