O estabelecimento de uma Comissão bilateral entre as autoridades iranianas e a Santa Sé está a ser estuda, com vista a ultrapassar as dificuldades que os cristãos enfrentam no Irão, mas também com o objectivo de “desenvolver relações mútuas de entendimento entre o Irão e a Igreja Católica”. Esta avaliação foi partilhada, esta manhã, por Bento XVI aos Bispos da Conferência Episcopal do Irão, a quem manifestou um apreciação pessoal “pelo serviço que prestam numa terra onde a presença cristã é antiga, tem crescido e tem-se desenvolvido de acordo com diferentes estádios da história iraniana”. O Papa agradeceu a “perseverança” dos Bispos, encorajando-os a “permanecerem fiéis à fé dos vossos pais e a manterem os laços com vista à cooperação para o desenvolvimento da nação”. Dirigindo-se às comunidades cristãs, o Papa lançou o desafio de “construírem relações harmoniosas com as instituições públicas”, promovendo “todas as iniciativas que conduzam a um entendimento mútuo”. “Dois caminhos podem ser explorados”. O caminho do diálogo cultural, “um património secular para o Irão”, e o caminho da caridade. “A caridade vai iluminar o primeiro caminho”, assegurou o Papa. No entanto, para que este caminho seja alcançado, “precisamos de trabalhadores que semeiem e colham: sacerdotes e religiosos”. O encontro destacou ainda o facto de “as comunidades estarem a decrescer” e “a difícil missão dos sacerdotes, forçados a deslocações para chegar a diferentes comunidades cristãs dispersas pelo país”. Bento XVI finalizou referindo que “as nossas Igrejas são herdeiras de um nobre legado e de uma longa presença cristã no Irão. Ambas contribuíram, segundo as suas possibilidades, para a construção e para a vida do país. E querem continuar a fazer o seu trabalho e a servir o Irão, mantendo a sua identidade e vivendo a sua fé livremente”.