Imagem Peregrina volta a mobilizar a Covilhã

Imagem de Nossa Senhora vai percorrer todas as freguesias do concelho até dia 1 de Fevereiro Há 54 anos lembra-se de a mãe a ter trazido à Covilhã, vinda da então Aldeia do Carvalho, para assistir à passagem da Virgem Peregrina, “na estrada que vai para o Rodrigo”. No último Domingo, 4, Celeste Geraldes, 71 anos, reviveu esse momento e fez questão de participar na cerimónia de acolhimento da imagem de Nossa Senhora de Fátima, que até dia 1 vai percorrer todas as freguesias do concelho. Foi a fé que trouxe Celeste Geraldes à missa ao ar livre realizada durante a tarde no Pelourinho. A mesma crença que encheu por completo a praça, inclusive com gente a assistir em janelas e varandas. “Está a ser muito bonito, não é todos os dias que assistimos a uma cerimónia assim”, frisava, comovida. Ainda antes da imagem surgir na rua, saída em procissão da Igreja da Misericórdia, atrás de vários padres, acólitos e do Bispo da Guarda, Fernanda Pais mostrava-se expectante e satisfeita por receber na Covilhã a figura da Santa. “Vim para ver Nossa Senhora, já que às vezes não há hipótese de ir a Fátima”. Durante a celebração, adiantava que ia pedir “saúde para toda a gente e um ano de 2009 melhor que 2008”. Lucinda da Costa, acompanhada de uma amiga, já foi várias vezes ao local das aparições, mas sublinha que ter a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima na Covilhã é um “sentimento diferente”. “É um acto religioso importante”, acentua. Maria Pinto recorda-se da mobilização que a Virgem Peregrina gerou quando passou há 54 anos pela Covilhã a percorrer as terras. Desta vez aproveita para “pedir a Deus saúde para toda a gente e paz no mundo, que é o que menos há”. Bispo alerta para distracções que iludem Uma praça repleta viu surgir, no meio do cordão humano formado Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, pediu aos fiéis para estarem atentos ao que é “essencial, para o que dignifica as pessoas” por escuteiros, o andor. Durante duas horas seguiu- se a missa, presidida por D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, que apelou aos fiéis para voltarem a sua atenção “para o que é essencial, para o que dignifica as pessoas”, num tempo em que há muitas “distracções” e “ilusões”. “Temos consciência que os valores que vivemos não são os que dão valor à nossa vida. Há uma cultura, hábitos que desviam a atenção do que é mais importante, distraem as pessoas”. “A resposta para toda a procura da humanidade está em Cristo”, frisa o prelado. De frente para a imagem de Nossa Senhora, com os braços na sua direcção, D. Manuel Felício pediu à Santa que ajude “a percorrer os caminhos do bem, da justiça”. Que auxilie a “interpretar os sentimentos das pessoas e ajude os fiéis a estar no caminho das grandes preocupações da humanidade”. O Bispo da Guarda falou na recepção à Santa Peregrina como “uma grande manifestação de fé, comprometida em transformar a sociedade mais humanizada”. Após a cerimónia, reiterou o apelo: “Temos de ancorar a nossa vida a valores que não passem” e a afastar-nos da cultura por aquilo que “chama aos sentidos, mas depois desilude”. Imagem percorre todas as freguesias No adeus, com muitos lenços a acenar, o cortejo seguiu para a Igreja de Santa Maria, onde ficou até ao dia seguinte, para iniciar a peregrinação pelo concelho, em direcção a Verdelhos. Seguiu-se o Sarzedo e Teixoso. Quinta- feira, dia 8, é a vez de Orjais receber a figura, numa procissão de carros que se realiza sempre às 18h30. Segue-se Peraboa, no Sábado, Ferro, Domingo, Tortosendo, dia 12, Cortes, dia 13, e Unhais da Serra, dia 14. Na Quinta-feira da próxima semana é acolhida na Erada, depois em Sobral de São Miguel, Casegas, Paul, Barco, Peso, Dominguiso, Boidobra, Vila do Carvalho, São José, Conceição e São Pedro. Na semana seguinte, dia 29, chega ao Hospital da Covilhã e pouco depois à universidade. Sexta-feira é a vez do Estabelecimento Prisional receber a Virgem Peregrina e sábado está em São Martinho. O encerramento do périplo está agendado para 1 de Fevereiro, com uma celebração no Monumento a Nossa Senhora da Conceição, presidida pelo Bispo da Guarda. Nos dias seguintes tem início a visita pastoral de D. Manuel Felício às paróquias por onde a imagem passou, até 5 de Abril, para “levar uma mensagem de esperança” e, em conversa com a comunidade e instituições, “procurar quais os caminhos a seguir”.

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