Papa condena violência em Gaza

Bento XVI alerta para a urgência de encontrar soluções para este beco sem saída Bento XVI mostrou-se este Domingo profundamente preocupado com a nova onda de violência em Gaza, entre israelitas e palestinianos, pedindo que a comunidade internacional seja capaz de encontrar soluções para este beco sem saída e superar a “lógica perversa do confronto e da violência”. “A terra de Jesus – salientou – não pode continuar a ser testemunha de tanto derramamento de sangue, que se repete sem fim! Imploro o fim da violência, que deve ser condenada em todas as suas manifestações, e o restabelecimento das tréguas na Faixa de Gaza”. Após a recitação do Angelus, na Praça de São Pedro, o Papa recordou que a Terra Santa se encontra de novo abalada pela “deflagração de uma violência inaudita”, manifestando a sua dor profunda pelos mortos, feridos e danos materiais, os sofrimentos e as lágrimas das populações vitimas desta “trágica sequência de ataques e represálias”. O Papa pediu “um sobressalto de humanidade e de sabedoria em todos aqueles que têm responsabilidades na situação: peço à comunidade internacional que não deixe de envidar esforços no sentido de ajudar israelitas e palestinianos a sair desde beco sem saída e a não resignar-se – como eu dizia há poucos dias na mensagem «Urbi et Orbi» – à lógica perversa do confronto e da violência, mas a privilegiar pelo contrário o caminho do diálogo e da negociação”. “Confiamos a Jesus, Príncipe da Paz, a nossa oração fervorosa por estas intenções e a Ele, a Maria e a José dizemos: Família de Nazaré, perita no sofrimento, dá ao mundo a paz. Dá-la hoje sobretudo á Terra Santa”, concluiu. O ministro israelita da Defesa, Ehud Barak, declarou-se hoje satisfeito com o resultado das operações do Exército israelita contra o Hamas, na Faixa de Gaza, e defendeu o seu alargamento. Os ataques israelitas de Sábado contra posições do grupo islamista, para os quais o Conselho de Segurança das Nações Unidas já pediu o fim imediato, já provocaram 271 mortos e 620 feridos. Quartéis e esquadras da polícia, campos de treino, edifícios onde funcionavam serviços do Hamas e rampas de lançamento de “rockets” foram os alvos preferenciais dos cerca de cem mísseis e bombas lançados pelos aviões e helicópteros de combate israelita. O Hamas, que controla há ano e meio a Faixa de Gaza, apelou – pela voz do seu líder do exílio, Khaled Meshaal – aos palestinianos para iniciarem uma terceira Intifada contra Israel, em retaliação pelos bombardeamentos. O recrudescimento da violência no Médio Oriente preocupa a comunidade católica local, como afirma o custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa: “Esta incursão – que tememos que seja apenas o início – foi há muito tempo anunciada por Israel. Estamos em campanha eleitoral e todos devem mostrar a sua força. As provocações de Hamas também eram evidentes. Infelizmente, estamos dentro de um guião já escrito e visto várias vezes”. Também o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, disse que “o ataque das forças armadas de Israel contra as bases e as estruturas do Hamas na Faixa de Gaza era aguardado desde quando, terminada a trégua há alguns dias atrás, o lançamento de mísseis e tiros de morteiro de Gaza foi retomado”. Para o Pe. Lombardi, mesmo esperada, a reacção israelita impressiona pelas suas proporções e pelo número de vítimas. “Muito provavelmente, as operações militares continuarão e as vítimas aumentarão”, indica. Com a violência, afirmou, o ódio crescerá ainda mais e as esperanças de paz voltarão a diminuir. “O Hamas é prisioneiro de uma lógica de ódio. Israel é prisioneiro de uma lógica de confiança na força como melhor resposta ao ódio. É preciso continuar a procurar uma saída diferente, mesmo que pareça impossível”, concluiu o responsável pelos serviços de comunicação do Vaticano. (Com Rádio Vaticano) FOTO: Lusa

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