Natal: Bispo de Vila Real destaca desafio a «questionar e superar mentalidade que tem desvalorizado a natalidade»

D. António Augusto Azevedo convidou a rezar pela paz «em tantas partes do mundo», com «muitas famílias e povos destruídos por causa da guerra»

Foto Agência ECCLESIA/PR, D. António Augusto Azevedo

Vila Real, 26 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real afirmou que viver o espírito natalício, “em sentido cristão”, desafia a “questionar e a superar uma certa mentalidade que tem desvalorizado a natalidade”, e que levou ao atual ‘inverno demográfico’, na Missa de Natal.

“O espírito natalício desperta-nos para a necessidade de fazer muito mais, como sociedade, para apoiar os casais que sonham construir uma família”, disse D. António Augusto Azevedo, na homilia do Dia de Natal 2024, publicada online pela Diocese de Vila Real.

Segundo o bispo diocesano, viver o espírito natalício, “em sentido cristão”, desafia a “questionar e a superar uma certa mentalidade que tem desvalorizado a natalidade” e que levou a este ‘inverno demográfico’.

“Ao enviar o seu Filho que encarnou e se fez homem, Deus manifestou a sua confiança na humanidade. Dispôs-se a habitar no meio de nós, não temendo os riscos próprios da aventura humana.”

D. António Augusto Azevedo explicou que viver o Natal “é acreditar na vida em todas as suas circunstâncias”, e, fiéis a essa mensagem natalícia, precisam de “partilhar da confiança no futuro, o que implica apoiar mais a vida, criar melhores condições para as crianças, cuidar do acompanhamento às grávidas”.

O bispo de Vila Real destacou que o Natal de Jesus é um acontecimento que anuncia que “a paz é querida por Deus e desejada pelos homens”, Deus, ao assumir um corpo de criança, proclamou que “a sua pedagogia não é a da força ou da violência”.

“A salvação que veio trazer para todos tem a sua força no amor, escolheu a lógica da proximidade, da bondade e da beleza. Este é o verdadeiro caminho da paz, de uma paz consistente e duradoura porque começa em cada coração e se alarga ao mundo”, indicou.

D. António Augusto Azevedo convidou também, neste Natal, a rezar “pela paz em tantas partes do mundo”, lembrar “muitas famílias e povos destruídos por causa da guerra”, e pedir que a paz “não seja apenas uma interrupção da guerra”, o resultado de conjugação de interesses, mas “decorra de uma renovada consciência de respeito pelo outro”.

“Sempre que o outro é respeitado na sua vida, na sua dignidade, quando se respeitam os seus direitos a uma terra, a uma família, a uma casa, a uma cultura, a luz de Belém resplandece e a paz começa a germinar.”

O bispo de Vila Real assinalou que celebrar o Natal em cada ano “representa não só uma festa especial”, que reúne família e amigos, mas constitui uma oportunidade para que “os cristãos reencontrem o mais essencial da sua fé”, diante do presépio, os crentes e todos os homens e mulheres de boa vontade, redescobrem “a mensagem sempre nova do cristianismo”.

Na homilia, D. António Augusto Azevedo referiu também que o Natal deste ano 2024 reveste-se também de “um significado especial” devido à abertura do Ano Santo 2025, o Jubileu da Esperança, com o gesto tradicional da abertura da Porta Santa, realizado pelo Papa Francisco, no dia 24 de dezembro, na Basílica de São Pedro.

“Não deixemos que este Natal seja apenas uma pausa na vertigem e na ilusão dos dias, uma mera suspensão dos dramas do mundo. Que o menino nascido em Belém seja uma presença mais viva no coração de todos e dessa forma nos reconcilie com a vida, nos comprometa com a paz e nos disponha a sermos peregrinos daquela esperança cuja porta Ele nos abriu”, pediu o responsável diocesano.

CB

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR