«A esperança do Natal diz-nos que valemos não pelo que fomos, mas pelo que somos e sonhamos ser» – D. Armando Esteves Domingues
Angra do Heroísmo, Açores, 24 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse que “o Natal é o maior ato de fé de Deus na humanidade” e destacou que é possível “humanizar todos os ambientes, servir toda e qualquer vida”, na mensagem de Natal dirigida a partir do Estabelecimento Prisional.
“A esperança do Natal diz-nos que valemos não pelo que fomos, mas pelo que somos e sonhamos ser”, afirma D. Armando Esteves Domingues na sua mensagem de Natal, divulga o sítio online ‘Igreja Açores’.
Gostaria de poder abraçar cada um e cada uma dos que estão privados da sua liberdade, aqui neste estabelecimento prisional e em todos os outros, abraçar os seus responsáveis, os guardas prisionais e pessoal de serviço e dizer-lhes: a humanidade de Jesus diz-nos que é possível humanizar todos os ambientes, servir toda e qualquer vida.”
D. Armando Esteves Domingues escolheu o Estabelecimento Prisional de Angra para dirigir a sua mensagem de Natal à diocese e explica que, “para além de cada história e de cada erro ou fracasso, a vida é sempre um dom”, merece ser vivida com dignidade e celebrada mesmo se privados de liberdade.
“Cada noite dá lugar ao dia, como a cada noite da vida se segue invariavelmente um dia novo, uma luz de esperança que nos fará melhores”, acrescenta.
O bispo de Angra explica que “Jesus nasceu cercado por dificuldades, pobreza e rejeição”, e assim como em Belém, continua a nascer nos lugares menos esperados: “em corações feridos pelo ódio ou exclusão, em situações de guerra, de doença, de sofrimento, e, também atrás de grades”.
“Deus entra no mundo a partir do ponto mais baixo para que nenhuma criatura seja excluída do seu abraço que cura, Deus na pequenez de uma criança deitada numa humilde manjedoura”, indica.
D. Armando Esteves Domingues pede aos reclusos que “não desistam, nunca desistam, ninguém se entregue ao desânimo”, mesmo quando tudo parece estar a desabar; e realça que “o nascimento de Jesus foi uma boa notícia para os pobres, os últimos, os anónimos, os esquecidos, os sem liberdade”.
“No Natal não celebramos uma recordação, mas uma profecia. Naquela noite o sentido das coisas tomou uma nova direção: a história recomeça a partir das margens da pequenez, onde está todo o sofrimento humano, mas também todos os seus sonhos”, desenvolveu.
Segundo o bispo de Angra, o nascimento do “Deus-Menino é a esperança que não desilude”, “o Natal é o maior ato de fé de Deus na humanidade”, que confiou o Seu filho a uma rapariga inexperiente para que “cuide dele, o alimente de leite, de carícias e de sonhos”, enquanto o homem quer subir, “comandar, acumular bens, Deus deseja descer, servir e dar”.
D. Armando Esteves Domingues partilha também uma oração e votos de “paz, alegria e esperança a cada mulher e a cada homem, especialmente àqueles que se sentem prostrados pela sua condição existencial”.
“Um Santo e Feliz Natal com todos, todos, todos: Vamos juntos encarar 2025 caminhando juntos na Esperança para alcançarmos um futuro de paz, um futuro de amor e liberdade.”
O portal online ‘Igreja Açores’ informa que o Estabelecimento Prisional de Angra, com 232 reclusos, é maior cadeia do Arquipélago dos Açores; a mensagem de Natal 2024 do bispo de Angra vai ser transmitida na íntegra no dia de Natal, 25 de dezembro, na RTP Açores, pelas 20h30 locais (mais uma hora em Lisboa).
CB/OC