D. Virgílio Antunes destaca que «há sinais de esperança no mundo», «desejo de amor», anseios de paz e doações da vida
Coimbra, 20 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra afirma que a “palavra forte” que se escuta no Natal, “não temais”, é difícil de acolher por pessoas em “situações verdadeiramente aflitivas”, nomeadamente divisões familiares, a falta de saúde e trabalho, “de meios para viver”.
“Como não temer quando se é migrante e refugiado e se veem negados os direitos em terra estrangeira ou se não encontram horizontes de futuro para as famílias? Como não temer quando falta a fé e não se conhece o Menino Deus nascido em Belém e se fica enredado nas esperanças oferecidas simplesmente pelos horizontes materiais e terrenos, sempre incapazes de nos projetar para a eternidade?”, pergunta D. Virgílio Antunes, na mensagem de Natal.
“É também difícil não temer quando o coração está vazio ou quando não se respira um ambiente de amor à sua volta”, acrescenta na mensagem de Natal publicada, esta quinta-feira, dia 19 de dezembro, no jornal diocesano ‘Correio de Coimbra’.
D. Virgílio Antunes assinala que a notícia do Natal de Jesus “continua a ser proclamada com alegria e determinação”, como proposta aberta “a todos aqueles que Deus ama e Ele ama a todos”.
“No Natal centramo-nos nos sinais de esperança que povoam o nosso mundo e procuramos que estejam presentes em todos os dias do ano, em todos os cantos do planeta e onde quer que haja uma pessoa, um irmão ou uma irmã, que é sempre digna apesar das circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis da sua existência.”
O bispo de Coimbra salienta que existem sinais de esperança no mundo, e destaca o “desejo de amor” que habita as pessoas, “até aos anseios de paz que povoam a face da terra”, e, “felizmente”, são muitos os que sonham com um mundo melhor e “trabalham por ele com honestidade e disponibilidade para dar a sua vida por ele”, como também são muitos os gestos de amizade e solidariedade que “exprimem a força do amor e que contribuem para que os outros sejam mais felizes”.
“Abundam entre nós atitudes de verdadeira doação da vida, que tornam mais leve a vida das pessoas, das famílias e dos povos”, acrescenta, na mensagem onde indica que ao aproximar-se o Jubileu da Esperança, o Ano Santo 2025, que a Igreja Católica celebra a partir deste Natal, reencontram-se “os sinais de esperança presentes nas vidas”.
O bispo de Coimbra propõe à sua diocese, a todos os que escutarem a mensagem do Natal, que tomem a decisão de este ser o seu “Natal do coração, o Natal espiritual”, e que peçam “a Jesus o dom de reatar a fé cristã ou de a acolher pela primeira vez”.
“Vou olhar para Jesus, vou centrar-me n’Ele, vou acolhê-l’O como nunca O acolhi e vou olhar para os outros de uma forma nova, vou estar com a minha família como lugar de festa e para a humanidade como lugar de encontro, vou pensar na minha vida como dom para todos e na dos outros como possibilidade de felicidade.”
D. Virgílio Antunes termina a sua mensagem com votos de “santo e feliz Natal”, e a lembrar que a notícia maior “a dar sentido e esperança ao mundo” é: ‘Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor’.
CB