Júri sublinha percurso político e de «humanismo cristão» da presidente da Fundação Champalimaud
Lisboa, 02 dez 2024 (Ecclesia) – A Igreja Católica distinguiu Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, com o Prémio ‘Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’, na edição de 2023, elogiando o seu “testemunho convicto de humanismo cristão”.
A escolha foi anunciada em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
O júri do galardão “considerou a autenticidade e o compromisso que, desde a juventude estudantil e os inícios de docência universitária (na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 1973-75 e 1977-82) e até aos nossos dias, sempre nortearam o projeto de vida de Leonor Beleza no sentido desse humanismo cristão”.
O Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes foi criado em 2005 pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, visando destacar “a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo”.
O júri foi presidido por D. Nuno Brás, bispo do Funchal e responsável pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, sendo constituído por Guilherme d’Oliveira Martins, José Carlos Seabra Pereira, padre José Frazão Correia e Maria Teresa Dias Furtado.
Segundo a nota de divulgação do prémio, Leonor Beleza tem “conjugado exemplarmente o estudo e a intervenção, o discernimento ético-social e o saber jurídico, o espírito de comunidade e o serviço público”, recordando as funções políticas como de ministra da Saúde (1985-90), deputada, vice-presidente da Assembleia da República e membro do Conselho de Estado.
“Sobre a primazia da Educação e da consequente emancipação da consciência crítica, cedo elegeu como áreas privilegiadas de vocação e convicção o conhecimento e a dignificação da condição feminina e a estruturação e a eficiência dos sistemas de saúde”, pode ler-se.
O júri assinala que a distinguida foi, ao longo de meio século de regime democrático, “figura de relevo integrando ou liderando organismos em sucessivas instâncias e em decisivos processos normativos e executivos”.
“Leonor Beleza assumiu com lúcida determinação as funções de ministra da Saúde e posteriormente a condução inovadora e generosa da Fundação Champalimaud – ao mesmo tempo que desdobrava a ação de solidariedade social e de direção cultural no âmbito de outras instituições”, acrescenta a nota.
Nas edições anteriores, o Prémio ‘Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’ galardoou o poeta Fernando Echevarría, o cientista Luís Archer, sj, o cineasta Manoel de Oliveira, a classicista Maria Helena da Rocha Pereira, o político e intelectual Adriano Moreira, o trabalho de diálogo entre Evangelho e Cultura levado a cabo pela Diocese de Beja, o compositor Eurico Carrapatoso, o arquiteto Nuno Teotónio Pereira, o pedagogo e ex-ministro Roberto Carneiro, o jornalista Francisco Sarsfield Cabral, a artista plástica Lourdes Castro, o professor de Medicina e Bioética Walter Osswald, o encenador e ator Luís Miguel Cintra, o ator Ruy de Carvalho, o historiador José Mattoso, o ensaísta Eduardo Lourenço, o teólogo João Manuel Duque e Manuel Braga da Cruz, antigo reitor da UCP.
A data e local do ato de entrega desta 19.ª edição do Prémio Árvore da Vida vão ser anunciados numa ocasião futura.
O padre Manuel Antunes (Sertã, 1918 – Lisboa, 1985), jesuíta evocado por esta distinção, é considerado um dos pensadores e pedagogos mais notáveis do século XX, tendo sido diretor da revista ‘Brotéria’.
OC