Papa lamentou «casos de intolerância e ódio entre povos e nações» durante encontro com participantes em conferência ‘Religiões juntas para uma humanidade melhor’
Cidade do Vaticano, 30 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco lamentou hoje a “intolerância e o ódio”, que tantas manifestações de discriminação e violência” façam parte do quotidiano das comunidades e pediu “relações fraternas”, que construam a paz.
“A falta de respeito pelos nobres ensinamentos das religiões é uma das causas da situação conturbada em que o mundo se encontra atualmente. Os nossos contemporâneos só redescobrirão o valor dos elevados ensinamentos das tradições religiosas se todos nós nos esforçarmos por vivê-los e cultivarmos relações fraternas e amigáveis com todos, com o único objetivo de reforçar a unidade na diversidade, assegurar a coexistência harmoniosa entre as diferenças e sermos construtores da paz, apesar das dificuldades e dos desafios que enfrentamos”, indicou aos participantes na Conferência sobre o centenário da primeira Conferência de ‘Todas as Religiões’ organizada por Sree Narayana Guru (1856-1928).
Francisco recordou o líder espiritual e reformador social, que “dedicou a sua vida a promover a redenção social e religiosa com a sua mensagem clara de que todos os seres humanos, independentemente da sua etnia ou tradições religiosas e culturais, são membros da única família humana”.
“A sua mensagem é muito apropriada para o nosso mundo atual, onde vemos cada vez mais casos de intolerância e ódio entre povos e nações”, lamentou.
“Infelizmente, as manifestações de discriminação e exclusão, as tensões e a violência baseadas em diferenças de origem étnica ou social, raça, cor, língua e religião são uma experiência quotidiana para muitas pessoas e comunidades, especialmente entre os pobres, os indefesos e os que não têm voz”, deu conta.
Os participantes na audiência vão estar ainda participar numa conferência Inter-religiosa, que contou com o apoio do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso – «Religiões juntas para uma humanidade melhor».
O Papa pediu “colaboração” entre “todas as pessoas de boa vontade” para a promoção de “uma cultura de respeito, dignidade, compaixão, reconciliação e solidariedade fraterna” e deu conta de uma verdade fundamental entre todas as religiões – “como filhos do único Deus, devemos amar-nos e honrar-nos uns aos outros, respeitar a diversidade e as diferenças num espírito de fraternidade e inclusão, cuidando uns dos outros, bem como da Terra, a nossa casa comum”.
“Apoiando-nos nas verdades espirituais e nos valores que temos em comum, podemos caminhar e trabalhar juntos para construir uma humanidade melhor, mantendo-nos firmemente enraizados nas nossas crenças e convicções religiosas”, afirmou.
LS