Declaração conjunta de católicos e muçulmanos

Testemunho, promoção da liberdade de consciência e religiosa, produção de sistema financeiro ético são algumas questões da declaração final do Fórum. Cristãos e muçulmanos têm de trabalhar em conjunto para proteger a liberdade religiosa. Ambos devem aprender mais acerca uns dos outros e devem, também, ser testemunhas para o mundo da realidade que é Deus. Este é o centro da declaração final do Fórum Católico – Muçulmano, que encerrou esta Quinta-feira, no Vaticano. Os participantes, 28 muçulmanos e 28 católicos, encontraram-se para discutir, a partir das suas crenças, o amor de Deus e o amor ao próximo. A leitura da declaração final foi feita na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma. A declaração final, com 15 pontos, reconhece a dignidade e sacralidade da vida humana porque “cada pessoa foi criada pelo amor de Deus”. Tanto o Cristianismo como o Islão ensinam que o amor por Deus e a fé genuína levam ao amor ao próximo. “O amor genuíno pelo próximo implica respeito pela pessoa, pelas suas escolhas, em questões de consciência e de religião”. As religiões minoritárias merecem protecção, têm o direito a ter os seus lugares santos e “não deveriam ser alvo de ridicularização”, sublinham os participantes no encontro. Num mundo intensamente secularizado e materialista, os participantes no Fórum afirmaram que tanto católicos como muçulmanos devem ser testemunhas “da dimensão transcendental da vida”. A declaração final aponta ainda que os fiéis de ambas as religiões “devem trabalhar por um sistema financeiro ético, onde os mecanismos reguladores considerem a situação dos pobres e dos desfavorecidos, seja enquanto indivíduos, seja como nações endividadas”. A declaração aponta pontos divergentes e convergentes. Entre os pontos convergentes, católicos e muçulmanos afirmam que a vida humana é o dom mais precioso de Deus para cada pessoa. Este dom deve ser protegido e honrado em todas as suas fases. “Nenhuma religião e seus seguidores podem ser excluídos da sociedade”, declaram ainda católicos e muçulmanos. E jamais culturas, civilizações, idiomas e populações devem ser causa de tensão ou conflito” Os participantes do Fórum estão a avaliar a possibilidade de criar um comité católico-muçulmano permanente para coordenar a resposta a conflitos e outras situações de emergência. O segundo seminário será realizado daqui a aproximadamente dois anos em um país de maioria muçulmana, a ser ainda definido. Recorde-se que o Fórum Católico-Muçulmano foi formado pelo Conselho Pontifício para o Dialogo Interreligioso e pela delegação de 138 muçulmanos signatários da carta aberta «Um mundo comum». Notícias relacionadas «Somos todos filhos de Deus»

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