O projeto vai acolher até 16 pessoas a serem integradas na sociedade e a terem uma família devidamente estruturada.
Viseu, 29 nov 2024 (Ecclesia) – A Cáritas da Diocese de Viseu está a reconstruir quatro casas que estavam em ruínas e que no futuro vão acolher pessoas em situação vulnerável, nomeadamente migrantes, pessoas sem-abrigo, refugiados ou vítimas de violência doméstica.
“Acreditamos que poderemos dar uma resposta interessante a estas pessoas, não só na questão do alojamento, como, eventualmente, depois, ajudando-as a criarem o seu próprio projeto de vida, a serem pessoas integradas na sociedade, a terem uma família devidamente estruturada”, disse o presidente da Cáritas diocesana de Viseu, Felisberto Figueiredo, à Agência ECCLESIA.
Depois da compra das casas degradas, a Cáritas de Viseu fez uma candidatura ao PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), no âmbito do programa Bolsa Nacional de Alojamento Urgente Temporário, e “deitou mão a este projeto”.
A Cáritas de Viseu entrou em contacto “com a Fundação São José, comprou estas casas, que, embora sendo da diocese, era um património da fundação, e chegou a um acordo e agora vai dar um novo aproveitamento a este conjunto habitacional”, salientou Felisberto Figueiredo.
A recuperação destas casas, numa zona nobre da cidade de Viseu, vai ajudar pessoas que “necessitam de quem lhes deu uma mão para avançarem com o seu projeto de vida e recuperarem a dignidade que foi violentada, ou, eventualmente, adquirindo direitos que lhes estavam a ser negados”
Estas quatro casas podem acolher “até 16 pessoas”, sendo pessoas do mesmo agregado familiar ou de agregados familiares diferentes, e irão ser reconstruídas, “penso que até o final do primeiro semestre do próximo ano”, avançou o presidente da Cáritas de Viseu.
O conjunto habitacional é “um alojamento temporário”, onde as pessoas vão passar temporariamente, “até terem seu projeto de vida e estarem devidamente integradas”.
As pessoas vão ser “devidamente acompanhadas também pelas equipas da própria Caritas”, de maneira “a reconstruírem as suas vidas, e acreditamos que isto poderá ser um bom exemplo de funcionamento”, referiu Felisberto Figueiredo.
Uma resposta social que acolhe, integra e devolve “à sociedade um projeto de vida interessante, de famílias que recuperam a sua dignidade e encontram um projeto de realização, tanto profissional como socialmente”.
A reabilitação das habitações é uma forma de colocar em prática as propostas sinodais porque “não se pode deixar ninguém de fora e não queremos que haja franjas da sociedade”, apontou.
Com quase meio século de existência, a Cáritas de Viseu tem “trabalho feito, um trabalho contínuo”, e conta com uma equipa de 23 colaboradores “em vertentes sociais, desde a creche até centro comunitário, programa ‘Escolhas? e loja social”.
Uma instituição que vai dando resposta “às necessidades mais urgentes das pessoas” e que desenvolve parceria com “outras entidades, nomeadamente as autarquias”, com o intuito de eliminar a pobreza.
“Nós estamos de porta aberta para todos aqueles que têm necessidade”, afirmou o responsável.
Para o Bispo de Viseu, D. António Luciano, a Cáritas tem que partilhar, através do seu serviço, o “amor de Deus, através de muitas formas, quer seja no acolhimento às crianças, no acolhimento aos idosos, aqueles que vivem sozinhos nas suas casas, quer seja no acolhimento àqueles que muitas vezes estão nas franjas, podem ser os nossos irmãos ciganos, ou podem ser outros”.
A Cáritas de Viseu tem tido “um papel muito grande e importante na integração de determinados grupos e da pessoa humana, e por isso seus serviços não são só atuais, são necessários e estão também a perspetivar o futuro”, afirma D. António Luciano à Agência ECCLESIA.
“Quem dera que o espírito Cáritas estivesse presente em todas as paróquias e pudéssemos realmente acolher os irmãos que mais precisam”, completou.
LFS